O Enem é considerada a primeira atitude governamental efetiva, no sentido de implementar um sistema de avaliação do ensino, em nível nacional. Sua primeira edição foi realizada no ano de 1998 e, nesse primeiro momento, foi utilizado com a finalidade de servir de termômetro para o sistema de ensino médio do país, sendo uma avaliação aplicada ao grupo de alunos que estivesse encerrando esse ciclo e os resultados eram utilizados, pelo Ministério da Educação, com a finalidade de elaborar políticas para melhorar a educação. Tudo isso, tendo por base todos os elementos previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – tanto do próprio Ensino Médio, quanto do Fundamental.
Entre os anos de 1998 e 2008, o Exame era composto por 63 questões que eram aplicadas somente em um dia. Um conjunto pequeno de Universidades fazia uso dos resultados da avaliação para alguma etapa de seus vestibulares, nada mais. No ano de 2009, o modelo de prova foi profundamente alterado e passaram a existir 180 questões de múltipla escolha e uma redação. Essa mudança trouxe à tona o desejo de se promover uma real unificação entre os processos seletivos das Universidades federais de todo o país.
É um fato inquestionável de que o Enem não se trata, ainda, de uma avaliação impecável, havendo muitos erros a ser corrigidos. Afinal de contas, praticamente todos os anos há alguma polêmica relacionada a problemas na estrutura do Exame, falhas na segurança dos gabaritos, problemas de correção e outros. Contudo, há interesse – inclusive político – de que o Exame se fortaleça e fique mais seguro, para que venha a substituir, de forma completa, os vestibulares em todo o Brasil.
O que é necessário manter em mente é que o Enem é muito importante para a vida acadêmica do brasileiro. Embora as instituições tenham total liberdade para decidir se aderem ou não ao Exame, o fato é que os programas federais de incentivo à educação superior – como ProUni, do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) – já fazem uso dessa prova como critério de classificação. Além disso, o Enem é a ferramenta que pode conferir certificação de conclusão do Ensino
Entre os méritos dessa avaliação estão uma nova forma de verificar conhecimentos, que passam a não estar mais compartimentados, mas, sim, se agrupam em áreas do conhecimento, permitindo que conceitos como trans e interdisciplinaridade sejam plenamente utilizados. Saem de cena fórmulas e datas que deveriam ser decoradas, e fica o foco na leitura e na interpretação de textos, bem como o raciocínio lógico. A prova também é fundamental por isso, tem sido capaz de inovar na forma de selecionar alunos, tendo por base não a memória, mas a leitura e interpretação, que perpassa todas as áreas de nossas vidas, independentemente da escolha profissional.
Um dos sinais mais fortes do sucesso dessa avaliação é o número crescente de inscritos, que se multiplica, a cada nova edição – foram 1 milhão e 800 mil, no ano de 2002 para mais de 4 milhões de candidatos em 2012.