O trovadorismo galego-português

2. O trovadorismo galego-português. 

O surgimento do trovadorismo galego-português teve uma forte ligação com a fundação da nação portuguesa. 

Aproximadamente no século XI, ocorreram algumas batalhas sangrentas na Península Ibérica, com a função de mandar os muçulmanos que estavam na região embora. Embora tenha ocorrido no caso das Cruzadas, bem mais que uma intenção religiosa, as lutas terão grandes propósitos territoriais e políticos. 

Com isso podemos dizer que a Lusitânia se declarará como sendo uma religião politicamente independente do restante da península, onde Afonso I (o primeiro rei de Portugal) irá subir para o trono no ano de 1139. 

Mesmo sendo complicado saber o momento certo do inicio de uma língua ou de uma variação lingüística, na Lusitânia se deu como uma língua falada e a escrita o galego-português. 

Um momento de religiosidade, batalhas e reconquista foi vivido pelo poeta, já o da língua galego-portuguesa, foi o trovador, onde sua arte se refletiu no mundo a sua volta. 

Como já vimos no texto anterior, para ser um trovador, a pessoa precisa ser em primeiro lugar um nobre, ter participação no ambiente da corte, ser acima de tudo uma pessoa culta, e também ser protegido de um nobre com grande influência, pois se não receberia o nome de Jogral. 

A primeira escola literária galego-portuguesa foi representada pelo trovadorismo, onde suas cantigas foram organizadas pelos cancioneiros, que eram divididos em: 

• Cancioneiro da Ajuda;
• Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa;
• Cancioneiro da Vaticana. 

Essas cantigas como já vimos anteriormente, foram classificadas em cantiga de amor, amigo, escárnio e maldizer, onde eram divididos em dois gêneros lírico e satírico. 

Os cancioneiros:

Como vimos no texto anterior, existiam três tipos de cancioneiros, eles eram classificados de acordo com a qualidade e quantidade de suas cantigas. 

Vejamos cada um deles: 

• O cancioneiro da Ajuda

• O Cancioneiro da Vaticana

• Cancioneiro da biblioteca nacional

Com 310 cantigas, quase todas de amor. Esse é o mais velho cancioneiro, reunido no reinado de D. Afonso III. É o único que remota a época trovadoresca. Com 1.205 cantigas de variados autores, mas todas com as quatro modalidades (amor, amigo, escárnio e maldizer), incluindo 138 cantigas de D. Diniz, que era considerado o Rei-Trovador. Com 1.647 cantigas de todas as modalidades. O Cancioneiro também é chamado de Calocci-Brancutti em homenagem aos seus dois possuidores italianos.

Os cancioneiros não são coleções de poesia lusa, mas de poesia peninsular na língua galego-portuguesa. 

Trovadores – Jograis – Segréis – Menestréis 

Em ordem decrescente era constituída a hierarquia dos poetas-músicos medievais e que era de bastante importância social e artística.

1. Trovadores: são poetas nobres, cultos criadores de cantigas e textos. 

2. Jogral: são poetas humildes, eles também eram compositores de cantigas. 

3. Segrel: estabelecia uma classe intermediária entre o trovador e o jogral. É importante lembrarmos que o segrel existiu somente na escola galego portuguesa. Eles eram da pequena nobreza, que reproduzia suas próprias composições. 

4. Menestrel: era o nome que os músicos da corte passaram a ser chamado no século XIV, quando o nome jogral passou a ser desagradavelmente usado para chamar os bobos.

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