A origem da crônica
Por Redação
1. A origem da crônica
A crônica surgiu quando o escriba, que estava a serviço do rei, faraó, ou qualquer pessoa de grande importância na hierarquia dirigente, registrava operações de compra e venda, e acompanhava seus chefes em todas as campanhas guerreiras, relatando todas as etapas como: derrotas, vitórias e conquistas. Tais registros eram lidos pelos sacerdotes e depois repassados à população que tinha famílias nas guerras.
Estes registros eram considerados simplesmente como um “diário de campanha”, cuja fidelidade aos fatos era duvidosa, visto que eram destinados à elogiar o chefe. E essa tendência ainda permanece atualmente.
No entanto, nos dias atuais o que mais se aproxima dos escribas é o noticiarista, que tem a função de fazer relatos do dia-a-dia, para jornais, rádios e televisões, prescindindo os comentários.
O cronista de si mesmo
O cronista de si mesmo é aquele que descreve seus próprios feitos. Isso pode ser bom ou ruim, pois alguns conteúdos podem ser ou não verídicos, podem parecer ridículos ou haver neles a auto-exaltação.
O cronista a distância
É aquele cronista que somente relata os fatos, porém se matem distante deles, ou seja, não está presente neles. É uma forma bem antiga de relatar, que pode ser encontrada em Homero, que sem dúvida, não estava presente nos seus relatos.
Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se alimenta dos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica.
Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.
Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.
A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista.
Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam.
Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.