O interior e suas grandes paisagens foi um dos objetos de retratação do romance regionalista. A imagem da pátria brasileira acabou sendo redesenhada pela literatura a partir de diferentes romancistas que representaram essa vertente.
Nesse período histórico, o país ainda firmava a sua própria identidade de nação independente. Para tal, valorizou-se a aparição de mitos que contavam essa história. A criação de personagens heroicos, com valores e princípios bem definidos, fazia chegar ao leitor um verdadeiro sentimento de patriotismo.
Se o índio teve seu momento marcante na literatura, um outro personagem ganhava espaço com o romance regionalista: o homem sertanejo.
E assim foi, com autores como José de Alencar, Alfredo d’Escaragnolle Taunay, Franklin Távora e Bernardo Guimarães. Os especialistas em Literatura também ressaltam que mesmo com essa nova vertente, o interior brasileiro ainda era retratado com alguns traços do período romântico tão cultivado pelos europeus.
Nesse sentido, os clássicos do romance regionalista eram muito absorvidos por grupos da classe média das grandes cidades. Até mesmo os jornais e folhetins acabavam publicando ou discutindo tais obras. Esse período contribuiu, inclusive, para a maior venda desse produto intelectual.
Resumo:
Saiba um pouco sobre as principais obras
As obras de José de Alencar que foram publicadas nesse período podem ser classificadas como romances de fazenda. Há toda uma descrição da vida no campo que, nesse período, começava a receber influência da cidade. São elas: O Tronco do Ipê e Til.
O romance intitulado Inocência, de Visconde de Taunay, é um misto de romantismo e regionalismo. Fala do amor impossível. O personagem, Cirino, atuava em uma farmácia e se promulgou médico. Já a “musa” conhecida como Inocência era a representação do povo sertanejo, da região do Mato Grosso, moradora de uma fazenda. Choque de valores são muito bem retratados nesse romance, que inclusive trouxe personagens europeus para o centro dos acontecimentos.
Franklin Távora, escritor cearense e autor clássico O Cabeleira adotou um grito de rebeldia contra os representantes da literatura do Rio Grande do Sul. Há, como em todas as áreas, uma rixa entre profissionais do mesmo ramo. Távora alegava que os autores brasileiros não se desligavam das influências europeias e que era preciso valorizar mais os aspectos regionais. Em O Cabeleira, foram explorados temas como cangaço, banditismo, migrações, miséria e a seca que tanto marca algumas regiões brasileiras.
Tais temas foram muito bem explorados, posteriormente, por autores consagrados na literatura brasileira: Graciliano Ramos, Jorge Amado, dentre outros.