A literatura de catequese marcou os primeiros anos da produção literária brasileira, no período após a descoberta do país e do início da colonização portuguesa. O estilo, fortalecido por volta de 1549, prevaleceu durante toda a época do Brasil Colônia.
De caráter religioso, o gênero literário era produzido pelos jesuítas. Utilizado pela Companhia de Jesus, eram utilizados no processo de catequização dos índios brasileiros e tinham a missão de defender a fé católica.
A fim de converter os indígenas ao Cristianismo e conquistar futuros militantes a favor da Contrarreforma, os jesuítas não demoraram a desembarcar no Brasil recém-descoberto.
Para que os índios entendessem as mensagens cristãs que deviam ser transmitidas, os jesuítas elaboravam poemas de natureza espiritual, sem elementos racionais, que eram escritos com uma linguagem simples, compreensível e inocente. Apenas desse modo eles seriam bem-sucedidos em sua missão: levar o Cristianismo aos nativos por meio das palavras.
As principais consequências do movimento de literatura de catequese foram o processo de modificação da cultura dos índios que aqui moravam e da criação literária do país.
Resumo:
Principais características
De caráter religioso, a literatura de catequese buscava preservar e perpetuar as conquistas portuguesas por meio da espiritualidade, além de buscar alcançar novas almas para a Igreja Católica. No caso, as almas dos nativos que viviam no país.
Didáticos, os textos eram de fácil entendimento e eram construídos de maneira simples. Eles defendiam a fé católica e pregavam a moral cristã aos indígenas. O movimento era composto também de teatros pedagógicos que eram baseados em textos da bíblia e apresentados aos índios.
Além disso, alguns textos dentro da produção literária de catequese buscavam retratar as descobertas terrestres e marítimas que eram produzidas pelos viajantes. Bem como as conquistas de novas terras e as consequências econômicas políticas e morais que a colonização traria para o reino português.
Segundo os escritos, as conquistas não eram realizadas para a obtenção de bens materiais e riquezas para a monarquia, mas sim para que novas almas fossem levadas à Igreja por meio da catequização de selvagens.
Principais autores
Manuel da Nóbrega: desembarcou no Brasil em 1549. Suas principais obras são “Diálogo sobre a conversão do gentio”, “Caso de consciência sobre a liberdade dos
índios”, “Informação das coisas da terra e necessidade que há para bem proceder nela” e “Tratado contra a antropofagia”.
Fernão Cardim: seus escritos que se destacaram são “Do clima e da terra do Brasil e de algumas coisas notáveis que se acham assim na terra como no mar”, “Do princípio e origem dos índios do Brasil e de seus costumes”, “Adoração e cerimônias” e “Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuítica”.
José de Anchieta: o padre se destacou como a figura principal na produção de obras pedagógicas sob a forma de poemas e peças de teatro. Entre elas estão “Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil”, “Poema à Virgem”, “A cartilha dos nativos (gramática Tupi-Guarani)” e “Carta da Companhia”.