O que fez a Confederação do Equador?
Por Mariana Sousa
Qual a importância da Confederação do Equador em nosso contexto geopolítico? Para entender um pouco mais sobre o assunto, devemos voltar um pouco no tempo e pararmos no período em que foi instituído o império no Brasil.
É possível que você se recorde que o momento em que o Brasil foi declarado independente por D. Pedro em 1822, passamos a construir uma Assembleia Constituinte para que o país fosse reerguido, com equilíbrio entre os diferentes poderes.
Ocorre que, em 1824, o próprio D. Pedro quis dissolver a Constituinte e delegar a um Conselho de Estado o processo de desenvolver uma Constituição. Esse documento foi outorgado por D. Pedro sem qualquer tipo de opinião dos demais poderes ou mesmo pelas representações legais. Um dos aspectos da nova Constituição, o Poder Moderador, acabou sendo inspirado nas opiniões dos intelectuais franceses, especialmente o Benjamim Constant. Seu conteúdo gerou bastante revolta entre os opositores brasileiros que enxergavam tais posições como bastante autoritárias. Os ânimos acabaram sendo inflamados e grupos políticos que estavam afastados da corte desde o período de D. João VI passaram a desejar o rompimento com os poderes políticos centrais. O estado de Pernambuco foi um exemplo claro dessa ruptura. Com a Revolução Pernambucana, a figura do Frei Caneca foi bastante expressiva, da mesma forma que a de Cipriano Barata, fortes críticos da postura rígida de D. Pedro I. Os jornais foram meios importantes para que tais críticas fossem divulgadas de forma mais ampla e Cipriano acabou sendo preso e enviado ao Rio de Janeiro.
Resumo:
Estopim da Confederação do Equador
E você deve estar se perguntando quando ocorreu a Confederação do Equador, não é mesmo? De acordo com os estudiosos, o estopim para a revolta acabou sendo a nomeação de um governador para a Província de Pernambuco. Era uma afronta a tudo aquilo que os opositores criticavam. Na revolta, um dos líderes conhecido como Manuel de Carvalho deu por proclamada a Confederação em 02 de julho de 1824.
O historiador Boris Fausto, na obra “A História do Brasil”, destaca como foi formatada a revolta. “A Confederação do Equador deveria reunir sob forma federativa e republicana, além de Pernambuco, as províncias do Paraíba, Rio Grande, Ceará e, possivelmente, o Piauí e o Pará.
O levante teve conteúdo acentuadamente urbano e popular, diferenciando-se da ampla frente regional, com a liderança de proprietários rurais e alguns comerciantes, que caracterizara a Revolução de 1817. A Confederação, apesar de ter amplo lastro, principalmente em Pernambuco, não resistiu por muito tempo, haja vista que não havia poderio militar para combater as forças imperiais. Seus líderes acabaram mortos na forca, com exceção de Frei Caneca, que foi fuzilado – pois o carrasco encarregado de aplicar-lhe a forca recusou-se a fazê-lo em um homem dedicado à Igreja”.