Detalhes da Guerra do Paraguai
Por Victor Palandi
Passado todo o processo de dominação colonial no século XIX, os países latino-americanos passaram a necessitar de regras políticas e econômicas capazes de alavancar seu desenvolvimento e possibilitar seu crescimento. Passar da subserviência para a liberdade política e econômica dentro de um sistema econômico dominado pelo capitalismo industrial não foi fácil para os países latinos que se viram habituados a seguir regras já instauradas.
Sendo assim, muitos deles se mantiveram presos a modelos econômicos muito rudimentares e ligação com instituições corruptas. Em contrapartida, o Paraguai adotou medidas com o objetivo de modernizar o país e livra-lo desse contexto. As medidas adotadas incluíram a erradicação do analfabetismo, subsídio estatal para abertura de indústrias, além de reforma agrária para reestruturar toda a produção agrícola local e, com isso, as condições de vida da população melhoraram e o país alavancou como uma indústria latina com competitividade e autonomia.
Dado o crescimento de sua economia, o Paraguai objetivava expandir ainda mais seu fluxo comercial, mas para isso precisava utilizar saídas marítimas que ampliassem sua produção industrial. No entanto, para isso as navegações paraguaias precisam passar pela Bacia do Prata, região que era de posse do Brasil, Uruguai e Argentina.
Como essas passagens geravam muitos conflitos com os países envolvidos, o então presidente Solano López não queria parar de crescer por conta disso. Nesse contexto, organizou um projeto de expansão territorial que daria saída para o mar para o Paraguai e, portanto, investiu na ampliação dos exércitos e produção bélica que seria utilizada nos confrontos posteriores com os países vizinhos que impediam seu expansionismo.
Além disso, outro motivador da Guerra foi a interferência da Inglaterra, que receosa com o crescimento de uma força econômica latino-americana, ofereceu inúmeros benefícios para Brasil e Argentina para que impedissem o crescimento da mesma. Ao mesmo tempo, o Uruguai queria adotar novas medidas políticas, as quais o Brasil não concordava. A partir disso, o exército brasileiro invadiu o Uruguai evitando políticas expansionistas e que interferiam na Bacia do Prata.
O Paraguai tomou partido e aprisionou o navio brasileiro, de modo a impulsionar a Inglaterra a motivar o Brasil a declarar guerra contra o Paraguai e formar a Tríplice Aliança com Argentina e Uruguai. Os conflitos duraram 5 anos e resultaram na grande queda econômica do Paraguai, que não conseguiu parte do território marítimo e teve que passar por recessão econômica e grande desequilíbrio financeiro por muito tempo após a guerra.