Como eram as condições de trabalho no século XIX?
Por Victor Palandi
Muito tem se falado sobre como as condições de trabalho, ao menos no chamado “mundo civilizado” evoluíram e atingiram um patamar realmente diferenciado em comparação com outras épocas.
Mas afinal de contas, você sabe exatamente como eram estas “outras épocas”? Você faz ideia de como eram as condições de trabalho no século XIX, no auge da Revolução Industrial que mudou tanto o mundo?
Pois é justamente sobre isso que trata este artigo, para que possamos entender de fato o quanto evoluíram as condições de trabalho durante o século XX até os dias de hoje, em pleno século XXI.
Resumo:
Jornada de trabalho abusiva e desumana
Se uma coisa pode definir bem as diferenças entre o que vemos nos dias de hoje na maior parte das empresas e o que víamos nas primeiras fábricas inglesas, esta coisa será a jornada de trabalho.
Nos tempos da Revolução Industrial, a jornada de trabalho era abusiva e desumana, já que ela variava de 10, 12 ou até mesmo 18 horas de trabalho! O que fazia com que os empregados simplesmente não tivessem uma vida fora do ambiente fabril.
Fora isto, em uma época pré-legislação trabalhista, nas primeiras fábricas as condições de trabalho eram realmente insalubres, especialmente por causa da falta de cuidados para com a segurança, sendo que acidentes eram comuns, com mutilações de pessoas, entre outras coisas.
As regras das fábricas
O mais curioso é que, justamente por não haver uma legislação trabalhista que cuidasse de fiscalizar a vida dos trabalhadores dentro das fábricas, cada uma delas acabava criando suas próprias regras.
E estas regras eram extremamente rígidas, especialmente no que se trata ao comportamento. Portanto, esqueça aquela imagem da conversinha ao lado da máquina de café, ou aquela brincadeirinha com o colega perto impressora.
Naquela época simplesmente, na esmagadora maioria das fábricas, era proibido falar, olhar para o lado, olhar pelas janelas (quando elas existiam), dar risada ou fazer qualquer tipo de brincadeira.
Famílias inteiras
Outra característica do auge da Revolução Industrial era o emprego de famílias inteiras nas fábricas, sendo muito comum ver pais, mães e filhos trabalhando em condições desumanas para aumentar a parca renda familiar.
Mulheres gestantes trabalhavam em fábricas até praticamente parir seus filhos, e crianças também eram comuns, lembrando que não havia uma legislação que proibisse o trabalho infantil naquela época.
Com isso, as primeiras fábricas enriqueceram e muitos nomes importantes da indústria mundial puderam fazer fortuna à custa da exploração de famílias inteiras e à custa de salários baixíssimos.