Projeto Radam
Por Redação
A instalação da Suframa dinamizou não só a indústria de montagem, mas também o comércio, a hotelaria e o setor de turismo. Calcula-se que essa iniciativa criou cerca de 100 mil novos empregos. A cidade de Manaus tornou-se uma área de grande atração de população regional e extra-regional, a ponto de possuir, nos dias atuais, cerca de 50% da população total do Estado. Entretanto os produtos tradicionalmente fabricados na Região não participam desse modelo de industrialização, o que cria um desequilíbrio econômico entre as empresas.
Nem todas as rodovias de integração ou muitos de seus trechos foram asfaltados. A Rodovia Transamazônica, por exemplo, que liga o Nordeste à Amazônia Ocidental, fica intransitável na época das chuvas. O clima equatorial úmido da Amazônia, com chuvas anuais acima de 1.500 milímetros, provoca erosão e formação de lamaçais nas estradas de terra batida, prejudicando o seu uso. Além disso, na própria Rodovia Transamazônica, houve a destruição de vários de seus trechos e a invasão de vegetação. O não-asfaltamento representa, na verdade, desperdício do dinheiro público, pois a recuperação dessa rodovia exigirá elevados investimentos.
PROJETO RADAM
Criado em 1970, o Projeto Radam da Amazônia teve como objetivo realizar o levantamento dos recursos do solo e do subsolo da Amazônia. Com o auxílio de um avião equipado com radar e instrumentos específicos, obtiveram-se ../imagens por sensoriamento remoto. A partir de 1975, já com o nome de Radam Brasil, foi ampliado para cobrir todo o território brasileiro, o que permitiu um completo mapeamento cartográfico, geológico, geomorfológico, pedológico (solo), de vegetação e do potencial da terra. Esse projeto permitiu um maior conhecimento do território nacional em suas potencialidades, ou seja, em suas possibilidades minerais, tipos de solo, relevo, associações vegetais, etc.
PROJETO POLAMAZÔNIA
Tendo como base o Projeto Radam, foi criado, em 1974, o Projeto Polamazônia (Programas de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia). Seu objetivo era estabelecer quinze áreas ou lugares, no espaço amazônico, para a exploração pecuária, agrícola, florestal e mineral.
Este é apenas um exemplo dos muitos projetos que existem na Amazônia, referente à implantação de grandes empresas agropecuárias na Região. A agropecuária Suiá-Missu estabeleceu-se numa parte do Araguaia mato-grossense, abrangendo quase 700 mil hectares de terras. Essa área era ocupada por duas tribos xavantes. Após muitos encontros com os indígenas, presentes foram oferecidos para acalmá-los. Posteriormente, a cada dia era oferecido um boi para os indígenas. Mas isso estava ficando caro para a Suiá-Missu. Resolveu-se, então, transferi-los. "Os Xavantes foram transportados em avião da FAB (Força Aérea Brasileira), em número de 263, tendo morrido boa parte deles em poucos dias depois de chegados a São Marcos, vitimados por uma epidemia de sarampo". (Dom Pedro Casaldáliga, citado por OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. Campinas, Papirus, 1987. p. 72).
Assim, a Suiá-Missu ficou livre dos indígenas, além de ocupar as suas terras.