O povo sírio já vem sofrendo há algum tempo, mas foi em março de 2011 que a maioria dos protestos eclodiu no país. É uma grave tensão que interfere em toda a geopolítica mundial, além das nefastas consequências ao povo local.
Os últimos dados apontam que os sunitas respondem pela maioria da população da atual Síria. Os sunitas fazem parte de um grupo do islamismo.
Resumo:
Quem “comanda” a Síria atualmente?
Em que pese a elevada taxa de sunitas na Síria, o país não é “comandado” por alguém desse grupo. O atual presidente sírio é adepto de uma seita islâmica chamada de alauita. Os alauitas estão incluídos no grupo dos xiitas, de oposição aos sunitas.
O nome do comandante sírio é Bashar al-Assad, como sempre observamos no noticiário mundial. O governante é ditador e, dentro da linhagem dos alauitas, há uma total predominância de cidadãos ligados à elite econômica e política. Eles também concentram uma confortável posição de dominação e força bélica.
Bashar al-Assad assumiu a presidência em 2000, quando o seu pai, Hafez al-Assad, deixou o poder após a morte. Nesses 13 anos de governo, Bashar al-Assad não tem cumprido com a série de promessas sobre reformas e melhorias para o país.
E a estagnação é ainda mais antiga, pois Bashar al-Assad é filiado ao partido Ba’ath, que domina o cenário político sírio desde 1963.
A imprensa também sofre censura no país, que viveu em Estado de Emergência durante mais de 30 anos. Nessa situação, a Síria acabou sendo governada por um grupo que adotava medidas contrárias aos direitos civis. Prisões, toques de recolher e outras atrocidades ocorreram com frequência.
Quem são os grupos de apoio?
A outra força de apoio aos desmandos do ditador Bashar al-Assad vem do Irã. Nesse último, a maioria dominante também está ligada aos xiitas. Um dos principais reclames do povo xiita está na dominação, ou tentativa, por parte da cultura ocidental nesses países islâmicos.
Outra influência forte de apoio à ditadura síria vem do grupo Hezbolah. Eles representam uma milícia islâmica que defende a criação de um Estado palestino. Foram também os Hesbolah que mais recentemente assumiram as instâncias de poder no Líbano, país vizinho à Síria.
Mais de 10.000 mortes em 1 ano
O Estado de Emergência foi finalizado em abril de 2011. Ainda assim, a violência continuou. Quando mundialmente a crise síria passou a ser conhecida, o governo tentou dourar a pílula com a ONU e mecanismos de defesa dos Direitos Humanos.
Medidas diplomáticas foram propostas pela ONU e pela Liga Árabe. Porém, não houve acordo para um cessar-fogo. O bombardeio contra aqueles que defendem uma Síria sem ditadores continua frequente.
Especialistas explicam que até mesmo os soldados sírios começaram a desertar o governo. Há uma premente necessidade de governo transitório. As delegacias e tribunais, símbolos de Bashar al-Assad, são os principais alvos dos manifestantes.
Estados Unidos
Os estudiosos esclarecem que os Estados Unidos não parecem querer interferir diretamente no conflito. Há uma hipótese de que eles entendem não ser recomendável o enfrentamento com o Irã.
Também cogita-se que Barack Obama quer evitar um “novo Iraque”, fugindo de custos financeiros e humanos numa disputa bélica.
A ONU já sinalizou com alternativas mais drásticas contra o ditador Bashar al-Assad, mas a China e Rússia ainda não foram favoráveis por também estarem vivenciando conflitos internos.
Do ponto de vista político e econômico, já foram praticadas algumas sanções contra o governo sírio, mas a queda de Bashar al-Assad é a alternativa mais viável para colocar um fim a essa triste Guerra Civil.