Confira conceitos importantes sobre o existencialismo de Sartre
Entenda as principais diferenças para o existencialismo de Kierkegaard.
Por Rodrigo Duarte
O existencialismo é um dos movimentos mais importantes dentro da história da filosofia e também costuma ser um conteúdo que aparece de uma forma frequente em provas importantes, como o Enem e também os principais Vestibulares. De uma forma geral, tem como objetivo refletir sobre a existência humana, pretendendo descrever o que pode ser chamado de humano concreto.
Este foi um movimento que pode ser classificado como plural, uma vez que ele foi desenvolvido por diversos pensadores. Um dos mais importantes foi Jean-Paul Sartre. Mas o filósofo conta com algumas características bem definidas quando o assunto é existencialismo, o que acaba o diferenciando de outros pensadores, como é o caso de Kierkegaard.
Confira algumas das principais características do existencialismo de Sartre:
Resumo:
Existencialismo ateu
O existencialismo de Sartre não traz traços religiosos, diferentemente do de Kierkegaard. Mas sua filosofia não é ateísta no sentido de que por meio dela o pensador nos oferece argumentos a respeito da não existência de Deus. Sartre afirma que a existência ou não de Deus não é um problema filosófico.
O Homem é o ser cuja existência precede a essência
Diferentemente de outras coisas que existem em nossa realidade e que necessita de um conceito antes mesmo da sua existência, como uma escultura por exemplo, para Sartre o homem não possui uma essência determinada. O filósofo acredita que a liberdade humana precede a essência do homem e torna-a possível.
Liberdade acima de tudo
Para Sartre, o homem é completamente livre, mesmo que Deus exista. E isso explica porque ele acredita que a existência ou não de Deus não seja um problema filosófico. Ao justificar suas ações a partir do “temor a Deus”, o homem pretende escolher não ser livre, o homem precisa antes, ser livre.
O homem é responsável
Como não leva em consideração a existência de Deus e acaba colocando o homem como uma figura livre, Sartre também defende que ele é responsável pelos seus atos. Assim como Abraão precisou decidir sozinho se obedeceria a ordem do anjo, o homem continua sendo o único responsável pelo modo como entenderá a realidade, fazendo uma referência a famosa passagem bíblica.
Angústia
Essa total liberdade que o existencialismo de Sartre prega também traz outras consequências, como uma sensação constante de angústia. O filósofo afirma que o homem está “condenado” a ser libre, pois não fez essa escolha, mas depois que nasce não tem como voltar atrás. “É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade, ou, se se prefere, a angústia é o modo de ser da liberdade como consciência de ser; é na angústia que a liberdade está em seu ser colocando-se a si mesmo em questão”