As condições climáticas existentes são a principal influência das características de cada solo.

No entanto também existem outros factores que influenciam fortemente o tipo de solo, como a rocha mãe, o declive do terreno e os organismos do solo.

As diferentes combinações entre estes factores dão origem a diferentes tipos de solos com características e propriedades extremamente variadas.

V. V. Dulcuchaev (cientista russo) foi o primeiro a publicar uma monografia que classificava os solos. Para testar esta teoria que defendia, baseou-se nas propriedades observáveis, resultantes dos processos climáticos e biológicos da respectiva formação.

Hoje em dia existem várias taxinomia dos solos, a mais específica é a americana, que ultrapassa os limites impostos pelo programa.

Os solos podem ser classificados em 3 categorias (pedalfer, pedocal, laterites) em função do clima e da vegetação.

Pedalfer

O termo “pedalfer” é formado pelas primeiras letras de “pédon” (solo) e os símbolos químicos Al e Fe.

O transporte de substâncias da superfície para o interior é o que caracteriza este solo.

Podemos encontrar este tipo de solo em climas temperados que apresentam uma precipitação média anual superior a 630mm de chuva. Podem proporcionar uma vegetação abundante, com predominância de coníferas.

Neste solo a actividade dos decompositores, em função do clima desfavorável, é pouco intensa e o horizonte O é constituído por agulhas de coníferas e folhas de bétulas, que se acumulam em espessura razoável e experimentam uma humificação muito lenta. Este processo demora anos.

Formam-se compostos húmicos solúveis que participam na alteração das argilas e favorecem a formação de complexos alumino-ferruginosos.

Os materiais solúveis são lixiviados e arrastados pelas águas subterrâneas, é por isso que nunca encontramos carbonato de cálcio. No horizonte B acumulam-se os óxidos de ferro e as argilas menos solúveis que se deslocam do horizonte A.

Pedocal

A precipitação de substâncias devido à evaporação de água que ascende por capilaridade é o que caracteriza estes solos.

São solos abundantes em climas temperados secos, cuja precipitação média anual é inferior a 630mm de chuva.

São solos ricos em cálcio que provém do carbonato de cálcio e outros minerais solúveis. Estes solos encontram-se em zonas quentes e secas, tais como, as estepes que rodeiam os desertos. Nestes climas a água do solo é arrastada por capilaridade para a superfície, onde se vai evaporar, depositando substâncias que transportam uma solução com carbonato de cálcio. Nos horizontes E e C são organizadas “crustas calcárias”. São denominados por caliche lainlcun quando são acementados ou endurecidos. Encontram-se na Austrália, no deserto de Kalari e nos Estados Unidos.
O pedocal não é muito fértil pois a sua composição mineralógica e a sua carência de água são menos favoráveis ao desenvolvimento de organismos.

Laterites

Encontram-se nos climas tropicais quentes e húmidos, com chuvas abundantes, onde a meteorização é intensa.

Os solos lateríticos são frequentemente vermelhos e são compostos por óxidos de ferro e de alumínio no seu interior.

Quando o solo é rico em hematite, pode ser utilizado como minério de ferro. Mas o clima tropical geralmente permite a hidratação da hematite em limonite o que pode tirar valor económico ao depósito. Nestes solos encontram-se camadas de vauxite, o principal minério do alumínio.

Estes solos são muito pobres, pois o húmus é praticamente inexistente devido à intensa actividade bacteriana.