Tecidos adultos
Por Redação
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Tecidos Adultos
São tecidos que se formam quando as células dos meristemas sofrem o processo de diferenciação e não mais se dividem. E assim, estas células assumem atividades especificas do vegetal, como, preenchimento e revestimento do vegetal, condução, sustentação, secreção.
A característica mais marcante dos tecidos adultos são os espaços intercelulares, que são classificados facultativamente em três classes:
• Meatos: são os menores espaços, de tão pequenos, praticamente não há espaço.
• Lacunas: estes espaços são do mesmo tamanho que as células que estão em sua volta.
• Câmaras: estes espaços representam grandes cavidades dos tecidos vegetais.
Veja agora os principais tecidos adultos vegetais:
• Parênquima
Este tecido é constituído de diversas células vivas, com uma parede celular delgada, e desprovida da parede secundária.
Estão envolvidos em várias atividades metabólicas da planta, como armazenamento, respiração, fotossíntese e secreção.
São encontrados no córtex, na medula e nos tecidos condutores.
Quando os parênquimas se apresentam com espaços intercelulares muito pequenos, e apenas estão preenchendo espaço no corpo do vegetal, eles são denominados parênquimas de preenchimento. Estes são localizados na casca e na medula do vegetal
Veja os tipos de parênquima:
1. Parênquima Clorofiliano ou clorênquima
Este parênquima possui células constituídas de cloroplastos, que realizam a fotossíntese.
Ele também forma o mesófilo Foliar, que constitui dois tipos de parênquima clorofilino, de acordo com a disposição das células:
– Parênquima Paliçádico: suas funções estão relacionadas com a fotossíntese e o controle da transpiração, além de filtrarem a luz solar.
Suas células possuem formatos alongados e são dotadas de cloroplastos. Quase não há espaços intercelulares, ou seja, eles são meatos.
– Parênquima Lacunoso: sua principal função é a fotossíntese. Suas células possuem paredes delgadas e formatos esféricos, permitindo que haja um grande espaço intercelular entre elas, ou seja, são caracterizadas pelas câmara
2. Parênquima de Reserva ou de armazenagem
Como o próprio nome já diz, é o parênquima que está relacionado com o armazenamento de diversas substâncias, como água, glicose, amido, ar, proteínas, etc.
Geralmente, estão localizados em frutos e sementes.
– Parênquima Amilífero: os parênquimas deste tipo estão localizados na raiz e no caule. Armazenam amido no interior dos leucoplastos.
Parênquima Aqüífero: estes parênquimas são responsáveis pela reserva de água. Suas células possuem dimensões extensas, e uma capacidade de absorção e retenção de água, graças á uma substância mucilaginosa que está presente no tecido.
Geralmente, encontra-se este parênquima em plantas de áreas secas.
– Parênquima Aerífero: são os parênquimas que armazenam ar. Suas células estão dispostas de modo que, formam grandes cavidades (câmaras), possibilitando a reserva de ar entre elas.
São localizados em plantas aquáticas, geralmente flutuantes.
• Epiderme
É um tipo de tecido com a função de revestimento primário do vegetal. A parte exterior dos órgãos do vegetal é envolvida pela epiderme.
Suas células são vivas, aplanadas, e os espaços intercelulares são pequenos (meatos).
Plantas aquáticas ou plantas que vivem em regiões úmidas, a epiderme não está presente.
A epiderme provém do meristema dermatogênio, e suas principais funções são: absorção, proteção do vegetal, troca de gases, excreção e secreção.
As células da epiderme possuem alguns anexos que auxiliam na realização de suas funções, e no processo de adaptação do vegetal às condições do meio ambiente em que ele se encontra.
Veja estes anexos:
1. Cutícula
A cutícula é uma película constituída de uma substância denominada cutina. Está localizada na parte mais externa da folha, protegendo o vegetal contra a transpiração demasiada.
Pode ser encontrada em plantas de regiões secas.
2. Pêlos ou tricomas
É uma parte saliente das células epidérmicas. Estão localizados na superfície da folha e da raiz. Podem ser unicelulares, pluricelulares, ou até mesmo formados por estruturas simples, células ramificadas ou capilares.
Veja as principais funções dos pêlos:
• Proteção contra os raios solares
• Proteção contra a transpiração
• Produção de substâncias urticantes, que protegem de determinados predadores.
• Espalham as sementes, permitindo o seu transporte para outras áreas.
• absorção
• secreção
3. Papilas
As papilas são saliências das células epidérmicas que produzem determinadas substâncias, como o néctar, que atraem insetos e beija-flores para realizarem o processo de polinização.
As células das papilas são encontradas nas pétalas das flores.
4. Acúleos
É uma parte salientes das células epidérmicas, pluricelulares, que fazem a defesa do vegetal através de sua estrutura pontiaguda.
Obs.: o fato de ser uma estrutura pontiaguda, não quer dizer que estamos nos referindo ao espinho da flor.
5. Escamas
São estruturas em formato de disco que formam um escudo constituído por células do mesofilo foliar e por células mortas. O escudo é responsável pela absorção de água.
As escamas são encontrados nas bromélias epífitas, e não possuem cutícula.
5. Estômatos
Na epiderme são encontradas estruturas denominadas estômatos. Geralmente são encontrados na parte inferior da folha, sendo que algumas vezes são encontrados no caule, nas flores e nos frutos.
O estômato é formado por duas células estomáticas que possuem um orifício chamado ostíolo.
O ostíolo é responsável por estabelecer uma relação do interior da planta com o meio ambiente, fazendo a troca de gases, além da transpiração.
As células dos estômatos estão sempre acompanhadas das células subsidiárias, que são dotadas de cloroplastos, e ajudam no processo de abertura dos estômatos.
Colênquima
É o tecido de sustentação dos vegetais que possui suas células vivas em formato de poliedro, são ricas em cloroplastos, e suas paredes são espessas sem uniformidade. O colênquima é originado no meristema fundamental, e são encontrados nos órgãos jovens, no caule está presente abaixo da epiderme, nas folhas estão no pecíolo, e geralmente estão nas polpas de frutas, nas raízes raramente é encontrada a colênquima.
• Esclerênquima
Assim como o Colênquima, este também é um tecido de sustentação. Porém, o esclerênquima tem a sua parede celular espessa uniformemente, e com lignificações, fazendo com que todas as suas células não sobrevivam. No entanto, a parede celular se mantém no vegetal formando os tecidos.
O esclerênquima pode ser encontrado nas regiões imaturas dos órgãos vegetais.
Veja agora os tipos de esclerênquima:
1. Esclereides
As Esclereides possuem células pequenas e espessas por serem altamente lignificadas. O tecido apresenta-se com muita rigidez, geralmente tem um formato poliedro, mas isso pode variar, e eles podem ser classificados como, astroesclereídes (formato de estrela), osteoclereídes (formato de osso), tricoesclereídeos (formato de tricomas), macroesclereídes (formato alongado colunar).
As esclereídes podem ser encontradas no tecido parenquimático, nos tecidos condutores e na epiderme. Também ocorrem em folhas e caules de determinados vegetais, além de constituírem caroços de alguns frutos.
2. Fibras esclerenquimáticas
São formadas por células alongadas com paredes espessas e lignificadas deixando o lúmen reduzido, lembrando que suas extremidades são pontiagudas.
As fibras esclerenquimáticas estão presentes principalmente nos tecidos condutores, onde são formadas as fibras lenhosas e liberianas.
• Tecido de Condução
Os tecidos de condução são conhecidos como xilema (lenho) e floema (líber).
Eles são capazes de realizar o transporte de seiva graças á suas células que são capazes de captar e conduzir essas substâncias rapidamente de uma região para a outra.
O xilema ou lenho são contidos de seiva bruta, uma substância inorgânica. E o floema ou líber é constituído de seiva elaborada uma substância orgânica.
1. Lenho ou Xilema
O xilema ou lenho, é um tecido que está localizado no centro da raiz, são contidos de seiva bruta, que é absorvida do solo que é transportada da raiz até as folhas. Sua origem pode ser primária ou secundária.
O xilema é formado por diferentes células, como as do Sistema Traqueário (elementos do vaso e traquéias) e as do Parênquima lenhoso.
– Sistema Traqueário: esse sistema é formado por dois tipos de células: elementos do vaso e traquéias, que são células dotadas de pontuações em suas paredes colaterais, e que auxiliam no transporte de seiva bruta.
– Parênquima Lenhoso: são células vivas do xilema que estão enfileiradas, formando os raios medulares.
2. Líber ou Floema
O floema ou líber está localizado próximo á casca tronco da planta. Este tecido é responsável pelo transporte da seiva elaborada, bem como o seu armazenamento e suporte mecânico. Sua origem pode ser primária ou secundária.
É constituído por diversas células:
– Células dos vasos crivados ou liberianos: estas células são anucleadas, e agem diretamente na condução da seiva elaborada, que é realizada através de poros que constituem as paredes transversais, denominada placas crivadas.
Esses poros são formados por uma substância polissacarídeo, a calose, que ocasiona a obstrução dos crivos dos vasos crivados, enquanto os mesmo se apresentam inativos.
– Células anexas ou companheiras: São células parenquimáticas, delgadas, alongadas e nucleadas.
Como as células crivadas não possuem núcleos, as células companheiras suprem essa imperfeição, controlando todas as atividades metabólicas das mesmas.
– Parênquima Liberiano: são células contidas de substâncias originadas do fenol, amido, etc. São responsáveis pelo armazenamento de tais substâncias.
– Elementos mecânicos: são células mortas de esclerênquimas, com a função de sustentação.
• Periderme
É um conjunto de tecidos de revestimento secundário, que está presente nos vegetais de crescimento secundário, substituindo a epiderme.
O felogênio, o súber e o feloderma constituem a periderme.
1. Felogênio
O felogênio pode ser encontrado no córtex (caule e raiz) dos vegetais com crescimento secundário. É um meristema secundário, que é o principal responsável pela formação da periderme.
Este tecido age formando células para o lado exterior, constituindo o súber, que também age formando novas células, só que para o lado interior, constituindo o feloderma.
2. Súber ou cortiça
É um tecido meristemático secundário que substitui o córtex das plantas de crescimento secundário.
Suas células são mortas e com formas poliédricas, não há espaços intercelulares, pois são muito compactas. O lúmem está sempre reduzido, devido a grande quantidade de ar que muitas vezes toma conta do seu interior.
Além de fornecer um suporte mecânico para os vegetais, protegendo o vegetal de qualquer tipo de trauma, e controla a temperatura do vegetal para que não ocorra transpiração e perda de água excessiva.
No súber há algumas saliências denominadas lenticelas, que são originadas de células formadas pelo felogênio, que possuem espaços intercelulares, voltados para o meio externo, por onde ocorre a passagem de ar, e até troca de gases.
3. Feloderma
O feloderma é um tecido parenquimático com a função de suporte mecânico, auxiliando no crescimento em espessura, na reserva de substâncias e troca de gases.
Assim como o súber, também é originado do felogênio em suas divisões celulares para o lado interior.
• Estrutura de secreção ou excreção
A excreção é qualquer substância que foi produzida e que para a planta não tenha mais utilidade em suas atividades metabólicas.
Já a secreção é qualquer substância produzida, e que ainda é útil para a planta.
Existem vários elementos que agem sobre os processos de excreção e secreção:
1. Células Secretoras
Estas células agem sobre as regiões de reserva de substâncias demasiadas que podem ser prejudiciais ao metabolismo da planta.
2. Papilas e pêlos secretores
As papilas se apresentam por pequenas saliências. São unicelulares, e estão presentes nas pétalas de flores, produzindo substâncias perfumadas.
Os pêlos são representados por grandes saliências. Podem ser unicelulares, pluricelulares, ou até mesmo formados por estruturas simples, células ramificadas ou capilares.
3. Bolsas secretoras e vasos resiníferos
As bolsas secretoras são encontradas nas pétalas secretando substâncias odoríferas. Em relação á sua origem elas podem ser classificadas em esquizogênicas ou em lisogênicas.
As bolsas secretoras mais longas constituem os vasos resiníferos, frequentemente presentes nas gimnospermas. Estes vasos secretam a resina, protegendo estes vegetais.
4. Vasos Lactíferos
Na região dos vasos lactíferos é produzido o látex.
Os vasos lactíferos são classificados em dois tipos:
– Contínuos ou apocíticos: este é o tipo que surge de apenas um elemento, crescendo e se propagando.
– Articulados ou simplásticos: este tipo que se resulta de outros elementos que estão relacionados transversalmente.
5. Hidatódios
– Hidatódios Epitemais: são considerados estômatos, com células rígidas e com pequenos orifícios por onde são eliminadas gotículas de água e substâncias minerais, processo conhecido como gutação ou sudação. O epítema é um tecido parenquimático que forma a câmara subestomática. Neste tecido ocorrem as terminações das nervuras.
– Hidatódios Epidermais: são células que constituem a epiderme, e possuem a função de expelir água. Este processo ainda não foi elucidado, mas provavelmente, é por meio do transporte ativo.
6. Nectários
Os nectários são os produtores de néctar, uma substância muito importante para as flores, pois por ser doce e ter uma fragrância agradável, atrai insetos e aves que auxiliam no processo de polinização.