O simbolismo – Conceito e âmbito
Por Redação
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O mergulho no “eu” revelava a necessidade de introspecção. Assim, acessava a emoção, o universo metafísico e filosófico, o misticismo, a vontade de transcender o mundo e chegar ao “cosmos”. Também havia contato com o pessimismo (morte, oculto, mistério e noite). Mas o subjetivismo e decadência humana são heranças do Ultrarromantismo. Assim, os simbolistas enxergavam a realidade do mundo de um jeito mais metafísico, usando uma linguagem marcada por metáforas, imagens, símbolos. Os elementos sinestésicos também estavam presentes, com a mistura das sensações. Exemplo: visão com olfato).
Principais Autores: Cruz e Souza e Eugênio de Castro.
Cavador do Infinito (Cruz e Souza)
Com a lâmpada do Sonho desce aflito
E sobe aos mundos mais imponderáveis,
Vai abafando as queixas implacáveis,
Da alma o profundo e soluçado grito.
Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito
Sente, em redor, nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
O cavador do trágico Infinito.
E quanto mais pelo Infinito cava
mais o Infinito setransforma em lava
E o cavador se perde nas distâncias…
Alto levanta a lâmpada do Sonho.
E com o seu vulto pálido e tristonho
Cava os abismos das eternas ânsias!
O simbolismo é compreendido porque está inscrito no contexto sócio-cultural decorrente da Revolução Francesa e de algumas doutrinas romântico-liberais. Os autores simbolistas buscam expressar o “eu”, ou seja, procuram expressar o que sentem explorando-os a si mesmo, tentando buscar a intimidade de cada um, mostrando isso através de recursos como: as vivências, a lógica, o sonho a alucinação ou a psicanálise, ultrapassando assim, os românticos.