O crescente número de casos de microcefalia deixa o país em alerta.
Na quarta-feira da semana passada (11 de Novembro) foi anunciado pelo Ministério da Saúde estado de emergência na saúde pública devido ao crescente número de casos de microcefalia principalmente nos estados do nordeste, sendo Pernambuco e Sergipe os estados com mais casos.
Resumo:
Casos em Pernambuco e Sergipe
Em Pernambuco o número assustador de 141 casos em recém-nascidos de 44 de seus municípios. Em Sergipe são 44 casos de microcefalia, e a Secretaria de Estado da Saúde já está trabalhando para repassar informações sobre o risco da microcefalia nos municípios do estado.
Entenda o que é a microcefalia
Microcefalia é uma condição rara, uma doença neurológica que o bebê nasce com o crânio de tamanho menor do que o normal, devido a uma falha no crescimento do cérebro. Ao longo da infância a cabeça da criança continua a crescer de forma anormal. Dessa maneira, o rosto desenvolve-se normalmente enquanto o crânio não, a criança acaba ficando com o rosto maior em relação à cabeça, além de testa em retrocesso e couro cabeludo mole e enrugado.
A doença não pode ser revertida com tratamentos ou medicamentos, apenas aprimorar o crescimento com o acompanhamento de profissionais como fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
As causas da microcefalia. Zika vírus é a principal hipótese pelo crescimento de casos no Nordeste.
A doença é causada na maioria dos casos devido à infecções adquiridas pela mãe durante principalmente os primeiros três meses de gravidez, que é quando o cérebro do bebê está em desenvolvimento. As causas mais comuns que ocasionam a condição rara são toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus.
O uso materno de drogas também é algo que contribui para a possibilidade da doença. Assim como desnutrição ou diabetes materna. A condição também pode ser causada devido a uma incapacidade hereditária no processo de aminoácido fenilalanina, a chamada fenilcetonúria.
Zika Virus
Há ainda a suspeita levantada de uma causa inédita que explicaria a grande quantidade de casos, a da contaminação pelo zika vírus, que pertence à família de vírus da dengue e da febre amarela e foi identificado no Brasil pela primeira vez esse ano. Até então, segundo o Ministério da Saúde, esta é a principal hipótese que explicaria o aumento da ocorrência de microcefalia no Nordeste. É a primeira vez no mundo que o vírus zika é relacionado à microcefalia, e preocupa mais ainda devido ao vírus não ter manifestações clínicas em 80% dos casos.
Cuidados e recomendações
O indicado é que a gestante tenha um bom acompanhamento pré-natal visando diminuir o risco da doença, e principalmente buscar um médico ao sentir quaisquer sintomas característicos de uma infecção.
O Ministério da Saúde ainda recomenda que as grávidas não utilizem medicamentos não prescritos por médicos qualificados, e que fiquem atentas a qualquer alteração incomum durante a gravidez, e façam todos os exames previstos.