Diversas pesquisas e estudos seguem em andamento para entender melhor como funciona e quais são as principais características do Sars-CoV-2, vírus que se tornou o principal responsável pela pandemia que assolou o mundo ao longo do ano de 2020 e que acabou se tornando mais conhecido como coronavírus.
Um dos estudos mais recentes sobre o tema, publicado na revista Cell Reports e que foi liderado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St Louis, nos Estados Unidos, afirma que o vírus não teria a capacidade de se reproduzir na córnea. OPu seja, os olhos não seriam uma porta de entrada para a infecção.
Até o momento todos os protocolos de segurança para evitar se contaminar com a Covid-19 afirma que as pessoas não devem passar as mãos nos olhos, especialmente quando estiver na rua. E essa acabou sendo uma conclusão a partir do conhecimento que se tem de outros vírus, como o da herpes simples ou o do zika.
Mas os novos testes que foram feitos especificamente com o Sars-CoV-2 afirmam que o vírus realmente não teria a capacidade de se replicar na córnea humana. A pesquisa indicaria também que o vírus não seria mais passível de transmissão entre pacientes por transplantes de córnea, por exemplo.
Mas os cientistas ainda recomendam cuidado, especialmente ao passar a mão perto dos olhos. Isso porque podem existir outros tecidos da estrutura ocular que podem acabar se tornando favoráveis para a proliferação do vírus, como os dutos lacrimais ou a conjuntiva.
Nossas descobertas não provam que todas as córneas são resistentes”, disse, em nota, o primeiro autor Jonathan J. Miner. “Ainda é possível que um subconjunto de pessoas possa ter córneas que suportam o crescimento do vírus, mas nenhuma das que estudamos suportou o crescimento de Sars-CoV-2.”
Alguns médicos já identificaram, em pacientes com a Covid-19, determinados problemas oculares, como a conjuntivite. Mas ainda não se pode afirmar, com certeza, se a causa está atrelada diretamente a infecção viral ou se está relacionada à algum tipo de inflamação secundária.