Visconde de Taunay
Por Mariana Sousa
, atualizado em
Visconde Taunay era conhecido como Alfredo d’Escragnolle Taunay. Carioca, iniciou os estudos em Humanidades, mas também cursou Física e Matemática. Segundo-tenente na Guerra do Paraguai, também esteve em outras campanhas militares. Ainda no Rio de Janeiro, lançou a primeira parte de A retirada da Laguna que contava a experiência no Paraguai e a saída dos brasileiros após a derrota.
Como político, trabalhou como deputado e presidente da província de Santa Catarina e Paraná. Em Santa Catarina, atuou como senador. O título de Visconde foi usado e logo em seguida Taunay saiu da política em função da República ocupar o espaço da monarquia. Quando deixou de ser major, também passou a se dedicar às letras.
A Mocidade de Trajano (1871) foi o primeiro romance, com o pseudônimo de Sílvio Dinarte. A obra Inocência de 1872 é o marco de sucesso, com história que ocorre em Mato Grosso, longe do cenário da corte. Traduzida para outros idiomas, também ganhou espaço no cinema. Confira um trecho da obra.
“O legítimo sertanejo, explorador dos desertos, não tem, em geral, família. Enquanto moço, seu fim único é devassar terras, pisar campos onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, despontar cabeceiras e furar matas, que descobridor algum até então haja varado. Cresce-lhe o orgulho na razão da extensão e importância das viagens empreendidas; e seu maior gosto cifra-se em enumerar as correntes caudais que transpôs, os ribeirões que batizou, as serras que transmontou e os pantanais que afoitamente cortou, quando não levou dias e dias a rodeá-los com rara paciência.”
Outras publicações: A mocidade de Trajano (1871); Inocência (1872); Lágrimas do coração (1873); Ouro sobre azul (1875); A retirada da Laguna (1872 em português).