Algumas das produções cinematográficas produzidas neste período traziam alusão ao governante e houve crescimento do parque empresarial que detinha as salas e a produção do cinema. Até mesmo a rotina do presidente acabou sendo filmada e acrescida de cenas de produções outras. Ao fim, tal material era veiculado em filmes curtos ou espaços jornalísticos para valorizar o governo.
Ao longo do período Vargas várias películas foram estreladas por Oscarito, Grande Otelo e Eliana. Atores épicos foram consagrados nessa safra. A produtora Atlântida, localizada no Rio de Janeiro, acabou tendo importantes lucros com filmes centrados no tema do carnaval.
A parte desagradável é que tais ações geraram fortes limitações para a liberdade de expressão do cenário artístico na área. Ao longo de 1937 a 1945 não se permitiu, por exemplo, qualquer crítica às posturas de Getúlio Vargas.
Lábios sem beijos
No desfecho da década de 20, surge a Companhia Cinédia, que lançou o seu primeiro filme em 1930, “Lábios sem Beijos”, desenvolvido por Humberto Mauro.
Outro filme também lançado pela Cinédia foi “Limite”, de Mário Peixoto, que trazia os conflitos ocasionados pelos condicionamentos que impossibilitavam a realização humana.
Cinédia também produziu o filme Ganga Bruta, uma das mais importantes obras de Humberto Mauro, um verdadeiro clássico do cinema brasileiro. E em 1933 lançou “A Voz do Carnaval”, estreando Carmem Miranda e indiciando um novo caminho da cinematografia brasileira.
Humberto Mauro permaneceu como maior destaque da época e passou a integrar a empresa Brasil Vita Film, e foi nesta empresa que lançou os filmes “Favela dos Meus Amores” em 1935, e Cidade Mulher (1936).
Nesta mesma época, a Cinédia lançou a primeira produção do cinema brasileiro falado, o musical “Coisas Nossas”, do americano Wallace Downey.