O modelado do relevo continental
Por Redação
4. O modelado do relevo continental:
O movimento das placas tectônicas traz, em sua dinâmica, resultados que podem ser observados na superfície. Os terremotos, o vulcanismo, as rochas dobradas e falhadas são exemplos claros de que toda a crosta esteve submetida a tais esforços e que eles continuam atuando até os dias de hoje.
Agentes Internos do Relevo: Processos estruturais que atuam do interior para o exterior da Terra: tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos.
Tectonismo
Os tectonismos, também chamados de diastrofismo, são movimentos lentos e prolongados originados da atuação das forças internas da Terra. Tais movimentos podem atingir a crosta terrestre de forma vertical (epirogênese) e horizontal (orogênese).
Dobramentos: são movimentos relativamente rápidos que atingem a crosta terrestre horizontalmente. Ocorrem em rochas com maior plasticidade, pois estas possuem a capacidade de serem moldadas sem causar um rompimento.
“Quando as pressões são exercidas de forma horizontal sobre as camadas de rochas mais elásticas, provocam o encurvamento das camadas rochosas, os dobramentos ou dobras, podendo formar montanhas e cordilheiras. Os movimentos horizontais são chamados de orogenéticos. Uma dobra é formada de duas partes: a côncava ou sinclinal e a convexa ou anticlinal” (Coelho, Marcos A. e Terra, Lygia. Op. cit. p. 83).
Falhamentos: são movimentos verticais e lentos. Originam pressão sobre as camadas rochosas resistentes e de pouca plasticidade, provocando fraturas, abaixamento ou elevação de grandes extensões, porém sem causar deformação expressiva no relevo.
“Quando essas forças são exercidas verticalmente sobre as camadas de rochas resistentes e de pouca plasticidade, os blocos continentais podem fraturar-se, deslocar-se, sofrer levantamentos ou abaixamentos constituindo as falhas, ou seja, as diversas rupturas e desnivelamentos das camadas do relevo. Esses movimentos verticais são chamados de epirogenéticos”. (Coelho, Marcos A. e terra, Lygia. Op. cit. p. 83).
Vulcanismo
“É o processo pelo qual o magma flui do interior da Terra até a crosta terrestre. Abrange os vulcões e as intrusões magmáticas (penetração do magma em rochas da crosta terrestre e sua solidificação em virtude das menores temperaturas, na superfície da Terra): batólito, lacólito, dique, sill e neque”. (Adas, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespaciais. Moderna p. 230. 1998).
O vulcão é um rompimento da crosta terrestre ocasionado pela emissão de materiais em estado ígneo, formando uma erupção vulcânica.
Os materiais expelidos pelos vulcões podem ser sólidos, líquidos e gasosos, como por exemplo, lavas, cinzas, gases, poeira, vapor d’água e fragmentos de rochas.
Atividade Vulcânica – Geografia dos vulcões
Considerando a atividade vulcânica, podemos classificar os seguintes tipos de vulcões:
Ativos ou constantes: apresentam erupções lentas
Ativos periódicos: são violentos, o início da erupção ocorre em períodos variáveis.
Passivos ou extintos: não entram mais em erupção.
As principais regiões vulcânicas estão localizadas em regiões próximas ao mar, em áreas fraturadas da crosta terrestre.
Do total de 400 vulcões ativos, aproximadamente 300 estão aos redores do Pacífico, formando o chamado Círculo de Fogo, os demais estão localizados na região do Atlântico-Índico e Bacia do Mediterrâneo.
Vulcanismo no Brasil
O território brasileiro nunca foi afetado por nenhum tipo de atividade vulcânica, nos últimos 80 milhões de anos.
O último vulcanismo foi o grande responsável pela formação de várias ilhas do Oceano Atlântico brasileiro, como por exemplo, Trindade, Fernando de Noronha e Abrolhos.
Ao final da era mesozóica, o Brasil foi atingido por algumas atividades vulcânicas com impressões alcalino-sódico. Alguns representantes deste tipo de vulcanismo são: Poços de Caldas, Jacupiranga, Araxá, Itatiaia.
No período Cretáceo, o Brasil foi palco das maiores atividades vulcânicas (fissural). Toda a parte sul do país foi atingida pelo vulcanismo.
Abalos Sísmicos
Terremoto ou abalo sísmico é uma vibração da superfície terrestre produzida por forças naturais situadas no interior da crosta a profundidades variáveis. Os de grande intensidade são produzidos pela ruptura de grandes massas de rochas situadas a profundidades que vão desde 50 até 900km.
Causas:
a) Desmoronamentos internos.
b) Erupções vulcânicas.
c) Tectônicas: é nas bordas das placas tectônicas que ocorrem os maiores e mais violentos terremotos.
O local abaixo da crosta onde o terremoto é produzido chama-se foco, e o ponto sobre a superfície, vertical ao foco, é o epicentro. Segundo Popp, “vibrações menores da superfície da Terra são ocasionadas por desmoronamento do teto de cavernas, especialmente nas regiões calcárias. Pequenas vibrações são sentidas também nas regiões situadas próximo de barragens que sofreram represamento recente das águas. A exploração da água subterrânea em regiões sedimentares também tem provocado novas acomodações superficiais, notadamente onde se processa um abaixamento do lençol freático”. (Coelho, Marcos A. e Terra, Lygia. Geografia geral: o espaço natural e socioeconômico. Moderna, 2001. p.88.)