Aluísio Azevedo

2Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo foi um importante escritor brasileiro nascido em São Luís do Maranhão. A mãe de Azevedo era casada com o cônsul de Portugal. Além de escritor, Azevedo também se destacou no desenho e caricatura. Ao terminar os estudos iniciais no Liceu de Maranhã, passou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de Janeiro. Quando viveu na zona carioca, usou seu talento como chargista. Depois da morte do pai, voltou para o Maranhão e ficou ao lado da mãe. Nesse momento, começou sua saga enquanto escritor e concluiu a obra “Uma lágrima de Mulher”, além de manter seus textos jornalísticos. Em suas teses, discutia problemas sociais, criticava o clero e combatia o racismo.

Como a atividade de escritor caminhava bem, passou a escrever por encomenda. Ao longo de quase 15 anos manteve-se em atividade e publicou muitas obras com diferentes matizes.

Em 1881, com a publicação do romance “O mulato”, passou a ser considerado o pai do Naturalismo no Brasil. A obra trazia muitas polemicas, apontava a corrupção na igreja católica e combatia o racismo. O Cortiço, outra publicação de destaque, trouxe personagens populares para o centro do enredo: operário, lavadeira, prostituta e outras figuras marginais e excluídas da sociedade passaram a ganhar destaque nas letras de Azevedo. O caos instalado nos ambientes sociais, as estruturas do cortiço deram sucesso ao romance do naturalista.

Em 1895, aprovado em um concurso para diplomata, Azevedo deixou a carreira literária de lado. Morreu em 1913 na cidade de Buenos Aires.

João Romão, um dos personagens de “O cortiço”:

“E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha de pedreira para a venda, da venda para as hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa, tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas”.

Outras publicações de Azevedo: Uma lágrima de mulher (1879); Memórias de um condenado (ou A condessa Vésper) (1882); Mistério da Tijuca (ou Girândola de amores) (1882); Filomena Borges (1884); A mortalha de Alzira (1894).

Produção naturalista: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O homem (1887); O cortiço (1890); O coruja (1890).

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