O amor explicado pela química
Por Victor Palandi
Por mais estranho que possa parecer para as pessoas mais românticas, o fato é que nos dias de hoje, já é perfeitamente possível para a ciência explicar como funciona o amor e todas as suas variantes.
Isso mesmo, e o mais curioso é que, ao explicar o amor e o seu intricado funcionamento, a ciência acabou por reforçar um dos maiores lugares comuns de todos em relação ao tema: a expressão “química do amor”.
Resumo:
Nada a ver com o coração
A primeira coisa que uma pessoa que deseja ter o amor explicado pela química deve saber é que ele praticamente nada tem a ver com o coração, como normalmente costumamos pensar.
O fato é que o amor, segundo o que a química explicada pela ciência nos mostra, tem suas origens em outro órgão muito importante para os seres humanos, mas que não ganhou os “louros” e a fama do coração.
Estamos falando do cérebro, que é a origem de praticamente todas as reações químicas que levam ao que conhecemos pelo nome de amor, gerando todo o resto do processo.
Estes processos químicos e estas reações têm como finalidade primordial a propagação da espécie, e por este motivo, tiram um pouco do brilho e do acaso que tanto se pintou durante séculos quando o assunto é amor.
A importância dos hormônios
Sabe aquela vontade louca de ver a pessoa amada? Pois ela é fruto de uma enxurrada de hormônios que tomam conta do seu cérebro, que têm como principal finalidade fazer com que você se sinta atraído pelo seu parceiro.
Depois destes hormônios iniciais, que criam a paixão fulminante e sufocante que surge no princípio das relações, entra em ação o hormônio chamado de oxitocina, que é o hormônio capaz de criar vínculos entre os casais, sendo o cimento perfeito para o amor mais duradouro, que é o chamado amor romântico.
Este hormônio é um dos mais importantes para explicar o que entendemos atualmente por amor, já que ele é capaz de dar a proximidade para as pessoas ficarem juntas por muitos anos.
Portanto, com base nisto, é possível dizer que uma boa parte da imagem “bonitinha” e “fofinha” do amor acabou por cair por terra, já que tudo, na verdade, não passa de um grande emaranhado de processos químicos ligados a hormônios e mais voltados para a biologia e para a química do que para o coração e para as noções de afeto convencionais. Ou seja, uma grande perda para a poesia.