Mudanças pós-1964 – Após tomada do poder pelos militares, foram adotadas várias medidas políticas e econômicas no Brasil. Quanto à Amazônia, havia algumas idéias que poderiam ser postas em prática:

a) Segurança nacional – Ocupação da Amazônia por questão de segurança nacional, ou seja, essa vasta porção do território brasileiro deveria ser defendida das ameaças externas. A Amazônia é hoje uma Região internacionalizada (como praticamente todo o mundo), pois aí atuam grandes empresas estrangeiras ou transnacionais na exploração de minérios, na agricultura, na pecuária e na atividade industrial, sem, contudo, ter-se tornado território internacional.

b) Vida melhor para o homem – Ocupação da Amazônia para melhorar não só a vida do caboclo da Região, mas também do nordestino. Os nordestinos seriam atraídos para a Amazônia, pois, segundo os militares, a pobreza de grande parte dessa população facilitava a penetração de idéias políticas socialistas, contrárias, portanto, às defendidas por eles. Assim, a Amazônia serviria como "válvula de escape" ou de "segurança", ou seja, ajudaria a aliviar as tensões sociais no Nordeste, decorrentes dos violentos contrastes sociais: de um lado, uma minoria proprietária de terras e de alta renda e, de outro, uma grande maioria miserável e pobre.

c) Saída do isolamento em que se encontrava a Amazônia e integração às demais regiões do Brasil. Isso seria, portanto, uma forma de dinamizar a sua economia e, por conseguinte, também a do Brasil como um todo.

Para concretizar melhor essas idéias, criaram a "Operação Amazônia", ou seja, um plano para a intervenção no espaço amazônico que compreendeu várias iniciativas. Entre elas, podemos citar a Sudam, a Suframa, a construção de rodovias de integração nacional, o Projeto Radam, o Projeto Polamazônia, os núcleos ou projetos de colonização dirigida e o Projeto Grande Carajás.

SUFRAMA

Criada em 1967, começou a funcionar somente em 1972, após o término das obras de infra-estrutura do distrito industrial da cidade de Manaus.

Para atrair indústrias, a Suframa isentou-as ou desobrigou-as de pagar impostos (Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, Imposto sobre Exportação e Importação). É um sistema semelhante ao implantado em Hong Kong e Cingapura, na Ásia, ou seja, um porto livre e um pólo industrial.

Várias empresas nacionais e estrangeiras aí se instalaram, principalmente as de origem japonesa (Sanyo, Sony, Toshiba, Yamaha, Honda, etc.), seguidas de empresas norte-americanas, alemãs, francesas e italianas, notadamente do setor industrial de eletroeletrônicos.