4. Estrutura da população
Embora o Brasil sempre tenha sido considerado um país jovem, no censo de 1991 foi constatado uma importante mudança no perfil etário da população brasileira.
Nos últimos anos foi observada uma considerável redução na taxa de natalidade e isso reflete na construção da pirâmide etária brasileira.
Pirâmide de Idade: representação gráfica da composição da população de um lugar em função da idade e do sexo, em um ano determinado.
Com a finalidade de planejamento econômico-social costuma-se dividir a população em três faixas etárias principais: jovem, adulta ou madura e velha ou senil. Essa divisão, porém, apresenta diferenças quanto aos intervalos de idade de acordo com a conveniência do país ou do organismo interessado.
A pirâmide etária pode ser compreendida ou interpretada a partir de suas três partes:
a) A base – É a parte inferior da pirâmide, onde está relacionada a população jovem (0 – 14 anos ou 0 – 19 anos).
b) O corpo – É a porção intermediária da pirâmide, onde está representada a população adulta (15 a 59 anos ou 20 a 59 anos).
c) O cume, o ápice ou o pico – É a porção superior da pirâmide, onde está representada a população idosa ou velha (igual ou acima de 60 anos).
Entre os dados mais importantes de uma população, encontra-se a composição por idades e por sexo. Seu estudo possibilita uma interpretação situacional da população para planejamento socioeconômico. Esses dados sobre a estrutura etária informam a administração de uma cidade ou de um país, por exemplo, quantos empregos precisam ser criados anualmente para que se possa absorver o contingente de mão-de-obra que, a cada ano, chega ao mercado. Podem, ainda, interferir no crescimento demográfico, ora estimulando, caso haja necessidade, ora desestimulando o crescimento por meio de políticas públicas.
Veja a evolução das pirâmides etárias de 1980 a 1991:
Composição Etária, segundo idades individuais – 1980
Composição Etária, segundo idades individuais – 1991
A pirâmide de idade da população brasileira reflete a dinâmica populacional. Assim, a redução da base da pirâmide indica a queda na taxa de natalidade e de fecundidade. Até 1980, a base da pirâmide ainda era bastante larga. Na pirâmide de 1996, percebe-se uma redução significativa do percentual de jovens que corresponde à faixa etária de 0 a 14 anos (46,5%) e um aumento percentual das pessoas adultas, de 15 a 64 anos (46,5%), e idosas, com mais de 64 anos (7,1%). O aumento significativo do percentual de idosos corresponde ao aumento da expectativa de vida. A pirâmide de idade reflete o processo de envelhecimento da população. O crescimento da população idosa exige novos investimentos do estado, principalmente no que se refere ao sistema previdenciário e ao atendimento médico e social.
As mudanças ocorridas na pirâmide etária do Brasil é conseqüência da revolução urbano-industrial do país, pois nestas condições é natural que os índices de natalidade sejam baixos.
A partir da década de 80, o uso de métodos contraceptivos tornou-se muito intenso, e foi uma contribuição considerável para a redução da taxa de natalidade. Nos anos 90, a base da pirâmide reduziu-se com intensidade, devido a redução percentual do contingente de jovens na população total. Assim, em 1996 a pirâmide etária brasileira foi marcada pela transição demográfica de um país jovem para um país maduro.
A expectativa de vida do brasileiro, hoje, já ultrapassou os 70 anos de idade (IBGE, dezembro de 2003), o que corresponde à média mundial.
População economicamente ativa (PEA)
A estrutura de uma população é caracterizada principalmente pelas atividades exercidas pela população, pois estas interferem diretamente no desenvolvimento do país.
Atualmente, admite-se um critério que reúne as atividades humanas em três classes principais, são elas:
Setor primário: agricultura, pecuária, silvicultura e pesca.
Setor secundário: indústria de transformação.
Setor terciário: comércio, serviços e profissões liberais.
Em 1980, a população ativa brasileira era de 37%, que juntamente com o baixo nível tecnológico dos diversos setores, resultou num baixo nível de produção econômico. Atualmente a PEA do Brasil é de aproximadamente 60%.
Mesmo com a participação predominante do setor primário, na década de 70 o setor terciário passou a representar a maior absorção de ativos, em razão do desenvolvimento do país conjugado à urbanização da população, que intensificou a exigência das atividades de serviços; e o setor secundário teve um aumento considerável entre 1970 e 1990, pois nesta fase o Brasil passou por uma fase de grande desenvolvimento industrial, conhecido como Milagre Brasileiro.
Emprego por setor (em %) – PEA
Podemos notar que nas últimas décadas houve uma considerável passagem da PEA do setor primário para o setor terciário, esse fato se explica pela urbanização que ocorreu nesta época, especialmente no Sudeste, conjugada às transformações realizadas na zona rural.
População economicamente ativa (PEA): compreende todas as pessoas, com mais de 10 anos de idade que praticam atividades remuneradas, abrange tanto os que possuem um emprego efetivo, quanto os que estão à procura de emprego.
População inativa: é representada pelos aposentados, inválidos, estudantes, crianças e donas de casa.
População ocupada: compreende às pessoas que estão trabalhando no momento.
A Eslováquia possui a menor concentração de renda, com índice de 0,195.