A origem da palavra Parnasianismo está associada a “Parnaso”, que vem do grego. De acordo com uma lenda desse período, havia um monte na região da Fócida, no espaço da Grécia central, que estava consagrado a Apolo e às musas. A escolha do nome gerou interesse entre os artistas formadores dos parnasianos que tinham apreço pelas tradições clássicas. Eles queriam usá-las para afastar um pouco o peso emocional do romantismo e buscar mais equilíbrio para a vida.
Vamos conferir um poema parnasiano, do autor Olavo Bilac:
Requiescat
Por que me vens, com o mesmo riso,
Por que me vens, com a mesma voz,
Lembrar aquele Paraíso,
Extinto para nós?
Por que levantas esta lousa?
Por que, entre as sombras funerais,
Vens acordar o que repousa,
O que não vive mais?
Ah! esqueçamos, esqueçamos
Que foste minha e que fui teu:
Não lembres mais que nos amamos,
Que o nosso amor morreu!
O amor é uma árvore ampla, e rica
De frutos de ouro, e de embriaguez:
Infelizmente, frutifica
Apenas uma vez…
Sob essas ramas perfumadas,
Teus beijos todos eram meus:
E as nossas almas abraçadas
Fugiam para Deus.
Mas os teus beijos esfriaram.
Lembra-te bem! lembra-te bem!
E as folhas pálidas murcharam,
E o nosso amor também.
Ah! frutos de ouro, que colhemos,
Frutos da cálida estação,
Com que delícia vos mordemos,
Com que sofreguidão!
Lembras-te? os frutos eram doces…
Se ainda os pudéssemos provar!
Se eu fosse teu… se minha fosses,
E eu te pudesse amar…
Em vão, porém, me beijas, louca!
Teu beijo, a palpitar e a arder,
Não achará, na minha boca,
Outro para o acolher.
Não há mais beijos, nem mais pranto!
Lembras-te? quando te perdi
Beijei-te tanto, chorei tanto,
Com tanto amor por ti,
Que os olhos, vês? já tenho enxutos,
E a minha boca se cansou:
A árvore já não tem mais frutos!
Adeus! tudo acabou!
Outras paixões, outras idades!
Sejam os nossos corações
Dois relicários de saudades
E de recordações.
Ah! esqueçamos, esqueçamos!
Durma tranqüilo o nosso amor
Na cova rasa onde o enterramos
Entre os rosais em flor…
Em 1866 nasce o Parnasianismo na França, com muitos poetas que desejavam reagir contra o sentimentalismo romântico, essa publicação recebeu o nome de Le Parnase Contemporain, e os poetas que estavam envolvidos eram:
Théophile Gautehier (defendia a linguagem correta, e diz que ela deve ser trabalhada).
Leconte de Lisle (descreve todo o espaço, que tem preferência pela história antiga e pelos povos orientais).
Charles Baudelaire (é um poeta que tem várias conquistas simbolistas).