O problema dos tratados com a Inglaterra
Por Redação
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No ano de 1807, já desesperado por conta da pressão organizada por Napoleão Bonaparte, o rei D. João VI organiza um plano de fuga para sair de Portugal em direção ao Brasil. Para que a família real portuguesa chegasse minimamente segura, o assustado rei pediu auxílio aos ingleses. Esses, encaminharam embarcações para escoltar a travessia pelo Atlântico.
As tropas inglesas também foram disponibilizadas para a transferência dos portugueses. Havia receio destes sofrerem ataques dos franceses comandados por Napoleão. Mas todas as benesses da Grã Bretanha tinham um custo elevado. D. João VI teve que assumir compromissos para que houvesse a abertura dos portos brasileiros às nações outras para que o comércio com a Inglaterra fosse explorado nas terra tupiniquins. Tão logo a Família Real chegou ao Brasil, algumas medidas já foram adotadas pela Inglaterra.
Em 1808, no mês de janeiro, Dom João VI apresentou um dos primeiros decretos para que os portos pudessem receber embarcações de nações amigas. Em abril, novo decreto sinalizou que a proibição das manufaturas estaria anulada. O comércio brasileiro pode então iniciar o primeiro momento industrial do Brasil.
Mesmo com tais benefícios, a atividade da indústria ainda não era tão pujante. Os ingleses passaram a dominar o mercado no Brasil com o envio de seus próprios produtos. Daí a dificuldade dos comerciantes brasileiros concorrem com o preço e a qualidade dos produtos britânicos.
Em 1810, Portugal assinou o “Treaty of Cooperation and Friendship” (Tratado de Cooperação e Amizade). Nele, liberou os portos para as nações de todo o mundo. Era a doutrina liberal chegando às terras brasileiras.
Com alíquota alfandegária mais vantajosa, os ingleses pagavam apenas 15% de imposto sobre as mercadorias que chegavam ao Brasil. Portugueses pagavam 16% e outras nações até 24%. A hegemonia dos ingleses estava posta.
Do ponto de vista jurídico eles também tinham vantagens em relação ao julgamento de ingleses no solo brasileiro. Já o inverso, não permitia qualquer facilidade para a Justiça de brasileiros e portugueses nas terras britânicas.
A abertura econômica foi uma das principais consequências de tais tratados. O custo de vida mudou no Brasil. Quem lucrava, passou a lucrar mais. No caso, os ingleses.
O problema dos Tratados com a Inglaterra.
Os tratados de 1810 exaltados pela Inglaterra e por D. Pedro, foram todos herdados pelo Brasil independente.
Esses tratados, principalmente os de Comércio e Navegação e os de Aliança e Amizade, que foram capazes de “prometer” a continuidade da supremacia britânica dentro do Império brasileiro. No ano de 1826, D. Pedro para poder garantir o reconhecimento da independência teve que renovar as taxas preferenciais de aproximadamente 15% em cima dos produtos ingleses, por mais ou menos quinze , sendo dois de carência, renunciando aos interesses ingleses, além de prometer dar um fim no tráfico negreiro.
Já no ano de 1827, ocorreu a confirmação do acordado um ano antes, porém com um novo acréscimo, onde o Brasil se tornaria responsável por acabar em três anos com o tráfico de escravos.