Além da polêmica envolvendo a não realização do Enem em algumas escolas que estavam sendo ocupadas no final de semana de realização das provas, o conteúdo dos cadernos de questões também está provocando algumas polêmicas. É o caso de uma das questões encontradas no caderno de primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio.
A pergunta é de história do Brasil e aborda o tema da política migratória do governo brasileiro durante o período da história que ficou conhecido como Estado Novo. A questão ainda coloca em foco os judeus. De acordo com alguns historiadores que foram ouvidos sobre o assunto, a questão não ofereceria nenhuma resposta correta, nem aquela que foi apontada como certa no gabarito oficial das provas.
A questão caiu no primeiro dia de provas do Enem 2016, em 5 de novembro: é a de número 13 da prova branca, 33 na prova amarela, 36 na prova rosa e 27 na prova azul. O trecho usado no enunciado da questão é uma adaptação de um trecho já adaptado da fonte original, o artigo “Nova língua interior: os judeus no Brasil”, da historiadora Keila Grinberg, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A resposta correta apontada no gabarito da prova foi a que afirmava o seguinte: “simpatia de membros da burocracia pelo projeto totalitário alemão”. Mas os historiadores afirmam que a alternativa seria correta apenas se fosse reformulada da seguinte forma: a simpatia de parte dos funcionários do governo da época, segundo ele, não foi ao “projeto totalitário alemão”, mas sim ao “anti-semitismo”. Porém, os dois termos não devem ser considerados sinônimos, mesmo em se tratando deste período histórico.
O Emem não se manifestou oficialmente sobre qualquer tipo de revisão nesta questão de história ainda.