Localizada numa península no Mar Negro, a Crimeia é uma república autônoma ucraniana, que já pertenceu à Rússia, mas foi indexada à Ucrânia em 1954. Diferentemente de todo o restante do país, nessa região a maior parte da população é de origem russa.
No final de 2013, a crise entre Rússia e Ucrânia teve seu início. O então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, deixou de assinar o tratado de livre-comércio com a União Europeia a fim de estreitar relações comerciais com a Rússia. Dessa forma, começaram a surgir protestos massivos contrários a decisão, que culminaram na destituição presidencial.
Paralelamente, na Crimeia passou a dominar no parlamento um comando pró-Rússia. Considerado ilegal pela Ucrânia, o novo governo crimeio foi incorporado à Federação Russa e criou, em 16 de março, um referendo sobre o status da região. Posteriormente, o Parlamento passou a se declarar independente da Ucrânia, o que gerou apoio russo e mais conflitos no país.
Com a intensificação das tensões separatistas, a pedido do presidente- Vladimir Putin- o parlamento russo aprovou o envio de tropas militares à Crimeia para normalizar a situação. A tropa, juntamente com o novo governo crimeio, anunciou em 04 de março que assumiu o controle da península, dando o ultimato para que os oficiais ucranianos restantes rendam-se.
Os interesses na região são grandes a ambos. De um lado, a Ucrânia- que passa por uma grande crise econômica- teria na perda da região um grande golpe. Já a Rússia, tem na Crimeia uma área estratégica do Mar Negro- já que a maior parte da frota russa encontra-se na península. Além disso, lembranças da era soviética, quando foi sitiada por invasores nazistas, dão ao local uma conotação emocional relevante aos russos.
O novo governo ucraniano, pró-União Europeia, não concebe legitimidade ao processo separatista iniciado na Crimeia e classifica a intervenção militar russa na península como uma afronta e uma declaração de guerra. Para tanto, todas as reservas militares ucranianas foram convocadas para reagir a um possível ataque russo, além de o país buscar apoio no Conselho de Segurança da ONU, visando defender sua integridade territorial.
Dado tamanho conflito, países ocidentais como os Estados Unidos e a própria União Europeia, posicionam-se a favor da Ucrânia, ameaçando a Rússia com sanções e suspendendo relações comerciais com o país. Contudo, acredita-se que os conflitos devem ser resolvidos por via diplomática, haja vista que os prejuízos de maiores desavenças seriam grandes a ambos.