Os marcos da Idade Média
Por Mariana Sousa
O período da Idade Média é conhecido, na História, com um intervalo que vai da queda do Império de Roma (a do Ocidente), ali por volta de 476, até a queda da Constantinopla. Essa última, capital do importante Império Bizantino. A tomada de Constantinopla ocorreu a partir da ação dos turcos-otomanos. O ano era 1453. A partir de então foram formados os diferentes Estados Nacionais do espaço europeu. E aí acaba a Idade Média, dando lugar à Idade Moderna. Essa divisão cronológica produz efeito para aspectos europeus. E na América pré-colombo? Os estudos na Europa foram mapeando todo o processo, mas o que dizer do resto do mundo?
Em termos de ápice, a Idade Média teve dois importantes marcos: no início, a Alta Idade Média que ficou ali pelos séculos V ao XI. A Baixa Idade Média se deu por volta do século XII até o XV.
Na primeira, com a queda do Império do Ocidente, por conta dos povos bárbaros e suas invasões, houve toda uma ruralização dos espaços e povos europeus. Saíam da cidade e se escondiam dos bárbaros nos campos. O cenário ideal para os bárbaros se instalarem e darem origem a uma outra cena social. Ali houve a mistura do romano com o germânico. Com essa facilidade, os reis bárbaros criaram o Reino dos Francos. Uma unificação de reinos para originar o Império Carolíngio. Nesse intervalo, o Catolicismo tinha uma enorme influência em todo o espaço e também era detentor de muitas propriedades.
Do ponto de vista econômico, na Alta Idade Média houve consolidação do feudalismo enquanto sistema de produção. Também nesse intervalo o Império Bizantino se espalhou. E surgia, nesse momento, a civilização mulçumana.
Resumo:
Baixa Idade Média: feudalismo começa a entrar em crise
Foi na Baixa Idade Média que o feudalismo começou a entrar em crise. Depois do advento das Cruzadas, que além de aspectos religiosos, cumpriam o papel de expansão comercial, o comércio com o Oriente começou a se expandir. E também as ideias começaram a ficar mais claras, dando origem ao chamado Renascimento Urbano. Feiras que movimentavam cidades foram tirando o poder das mãos do catolicismo e uma nova cultura grega e romana começou a se impor. Era o momento de surgimento das primeiras universidades por volta do século XII.
Esse foi o tom em que se percebeu a desintegração do sistema feudal, que também levou impactos para o sistema de vassalagem e servidão. O dinheiro ganhou poder nesse contexto. O regime de trabalho mudou, o artesão passou a ter importância e aí se coloca o primeiro grão, a primeira semente do capitalismo. As Grandes Navegações arrematam esse ciclo, bem como a criação dos Estados Nacionais. Alguns pesquisadores fazem a devida crítica à Idade Média justamente por conta de, nesse período, a cultura greco-romana ter sido “escanteada”. O principal fator para esse retrocesso estaria no cunho de dominação religiosa.
Há outros pesquisadores, entretanto, que afirmam não ter havido tantos prejuízos, já que o conhecimento anterior foi preservado.