Estudo Revela que cursos de aperfeiçoamento para professores tem baixa eficácia
Por Rodrigo Duarte
Um dos grandes problemas que o Brasil enfrenta na sua educação básica é a falta de qualificação dos professores. A grande maioria dos profissionais não conseguem fazer tantos cursos quanto deveriam para se manter atualizados e conseguir dando aulas de qualidade para os seus alunos. Um estudo que teve seus resultados divulgados recentemente aponta um outro problema.
Além dos professores não conseguirem ter tempo ou recursos para investir nos cursos, aqueles que são ofertados pelas instituições públicas não são eficientes na tarefa de manter os professores atualizados. O relatório foi produzido e divulgado pelo IAS (Instituto Ayrton Senna) com BCG (The Boston Consulting Group).
Resumo:
Cursos ineficientes
De acordo com as informações que foram levantadas em entrevistas realizadas com 3 mil professores, gestores e especialistas em educação brasileiros, os cursos que são oferecidos, na grande maioria dos casos, enfrentam dificuldades para conseguir deslocar o foco da teoria para questões reais da sala de aula.
Mas o problema pode ser constatado naquelas redes que possuem algum tipo de programa de formação continuada para os professores. O problema maior é que muitas redes de ensino sequer conseguem deslocar recursos para investir na qualificação dos professores, o que acaba afetando diretamente a qualidade de ensino dos estudantes.
O relatório aponta que a grande maioria dos representantes dos governos brasileiros, em todas as esferas, acabaram investindo apenas em programas esporádicos e de grande impacto em termos de reciclagem. O problema é que eles não acontecem com a frequência que deveriam.
Outro problema constatado é o fato da falta de recursos formais concedidos diretamente aos professores, que poderiam escolher os cursos de preferência e que fosse de mais qualidade para conseguir se reciclar de uma forma mais eficiente.
Bons exemplos
O relatório também aponta alguns bons exemplos que foram encontrados no Brasil e que poderiam servir como modelo. Um dos episódios citados aconteceu no estado de Goiás, que no ano de 2011 conseguiu implementar um plano macro de tutoria de coordenadores pedagógicos, onde os novos professores tinham cursos e contavam com o apoio dos professores mais antigos. O programa conseguiu aumentar os índices de aprendizagem entre os anos de 2011 e 2013 dos alunos que foram alcançados.