Uma das provas mais tradicionais do sistema de ensino brasileiro recebeu uma dura critica neste final de ano. De acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, na sigla em português), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), utilizado para avaliar os estudantes do ensino superior, não estaria funcionando.
O relatório foi feito a pedido do próprio Ministério da Educação (MEC). A ideia era justamente conseguir receber um feedback se a prova podia ser considerada válida para medir a quantidade de conhecimento adquirida pelos estudantes ao longo dos cursos de nível superior. Mas o relatório afirma que a prova tem objetivos “irreais” e falha na tarefa de atestar a qualidade das graduações.
O relatório afirma que a prova, de uma forma geral, tem “ fraquezas significativas” em concepção, elaboração, objetivos e resultados obtidos. A recomendação final da OCDE é que o MEC questione se realmente vale a pena manter a prova.
“É questionável se a qualidade e a utilidade dos resultados obtidos com o exame justificam o gasto de dinheiro público”. Para se ter uma ideia, somente no ano de 2017 a aplicação da prova em todo o território nacional custou aos cofres do governo o valor de R$ 118 milhões.
Atualmente, todos os estudantes que estão concluindo o ensino superior e que desejam obter seu diploma devem obrigatoriamente passar pela prova. Os estudantes não precisam tirar uma nota especifica para conseguir a graduação, mas deve estar presente. O exame avalia o rendimento dos alunos em duas partes: em relação aos conteúdo específicos dos cursos e em conhecimentos gerais. A prova visa a avaliar a qualidade das graduações no País.
Dentre os principais problemas apontados na prova estão a grande quantidade de abstenções e também a quantidade significativa de estudantes que simplesmente comparecem, mas que deixam a prova em branco. E elaboração do conteúdo das probas também pode ser considerado como um dos problemas, de acordo com o relatório, pois as exigências estariam longe da realidade do que os estudantes, de fato, aprendem.