Enade é “reprovado” em relatório da OCDE
Prova que avalia ensino superior pode não ser suficiente.
Por Rodrigo Duarte
Uma das provas mais tradicionais do sistema de ensino brasileiro recebeu uma dura critica neste final de ano. De acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, na sigla em português), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), utilizado para avaliar os estudantes do ensino superior, não estaria funcionando.
O relatório foi feito a pedido do próprio Ministério da Educação (MEC). A ideia era justamente conseguir receber um feedback se a prova podia ser considerada válida para medir a quantidade de conhecimento adquirida pelos estudantes ao longo dos cursos de nível superior. Mas o relatório afirma que a prova tem objetivos “irreais” e falha na tarefa de atestar a qualidade das graduações.
O relatório afirma que a prova, de uma forma geral, tem “ fraquezas significativas” em concepção, elaboração, objetivos e resultados obtidos. A recomendação final da OCDE é que o MEC questione se realmente vale a pena manter a prova.
“É questionável se a qualidade e a utilidade dos resultados obtidos com o exame justificam o gasto de dinheiro público”. Para se ter uma ideia, somente no ano de 2017 a aplicação da prova em todo o território nacional custou aos cofres do governo o valor de R$ 118 milhões.
Atualmente, todos os estudantes que estão concluindo o ensino superior e que desejam obter seu diploma devem obrigatoriamente passar pela prova. Os estudantes não precisam tirar uma nota especifica para conseguir a graduação, mas deve estar presente. O exame avalia o rendimento dos alunos em duas partes: em relação aos conteúdo específicos dos cursos e em conhecimentos gerais. A prova visa a avaliar a qualidade das graduações no País.
Dentre os principais problemas apontados na prova estão a grande quantidade de abstenções e também a quantidade significativa de estudantes que simplesmente comparecem, mas que deixam a prova em branco. E elaboração do conteúdo das probas também pode ser considerado como um dos problemas, de acordo com o relatório, pois as exigências estariam longe da realidade do que os estudantes, de fato, aprendem.