Banco Central eleva juros para 12,25%
Por Victor Palandi
Para quem viveu nos anos 1980, a simples lembrança da palavra inflação já traz à tona uma série de memórias terríveis, como as corridas até o supermercado para comprar produtos antes que os preços subissem ou as constantes trocas de moeda.
Pois depois do implemento do Plano Real, em 1994, o fato é que o brasileiro médio meio que se acostumou a enxergar a inflação como um simples fantasma do passado que dificilmente daria as caras novamente.
Só que depois de anos anunciando que poderia voltar, o fato é que a inflação começou a ganhar força e por conta disto, preços de produtos e alimentos começaram a disparar, numa espécie de balé sincronizado.
E para manter a sincronização prevista, como medida para conter a inflação e todas as suas terríveis consequências, o Copom acaba de anunciar o aumento da famosa taxa Selic, pela terceira vez consecutiva.
Resumo:
O aumento
Como medida cautelar para evitar o avanço da inflação, o Banco Central acabou de anunciar a elevação da taxa básica de juros, que passou dos atuais 11,75% para 12,25% ao ano.
Com isto, a intenção clara e manifesta do governo é conter a alta da inflação, que já começa a preocupar bastante, especialmente por conta dos índices apresentados nos últimos meses.
Mas o fato é que com este aumento da taxa básica de juros, o Banco Central também prejudica a economia como um todo, já que o reaquecimento das movimentações fica altamente prejudicado por conta da medida.
O maior percentual desde 2011
Com este aumento para 12,25% ao ano, o fato é que a Selic atinge o seu maior percentual desde o mês de agosto de 2011, quando havia atingido o índice de 12,5% ao ano.
Quando ela atinge percentuais muito altos, a economia acaba se enfraquecendo, já que as movimentações ficam mais escassas e um efeito em cadeia pode ter início, com menor produção, por exemplo.
No que ela é usada?
Para quem ainda possa não saber para que serve a taxa básica de juros Selic, ela é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Por conta disto, ela serve como referência para todas as demais taxas de juros da economia, e ao ser reajustada para cima, ela acaba por conter o excesso de demanda que ocasiona o aumento dos preços.
A medida visa única e exclusivamente conter o aumento da inflação, que é altamente nocivo para a economia do país no médio prazo.