Banco Central eleva juros para 11,25%
Por Victor Palandi
Eis que os reflexos do resultado das eleições 2014 não demoraram a surgir na economia nacional: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em contraste com a expectativa do mercado, retomar ao aperto monetário finalizado há mais de dez meses, elevando a taxa Selic a 11,25% ao ano. Essa taxa pode ser considerada a maior taxa de juros desde Outubro de 2011, sendo também a primeira alta desde Abril deste ano no mercado.
Resumo:
O porquê da elevação do juros
Segundo o Copom, a decisão veio de uma necessidade econômica de combate à inflação. Na justificativa aplicada pelo Selic, os juros elevados poderiam servir como um freio à inflação, que aumentou demais nos últimos meses e pode refletir no mercado comercial de forma significativa. Em 12 meses, o acúmulo até Setembro do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), responsável por relacionar a inflação no nosso mercado, ficou em 6,75% acima do limite máximo de meta da inflação, que é de apenas 6,5%.
Economistas consideram que, a partir da decisão de aumento dos juros, a pressão para reajustes vai crescer ainda mais. Considerando também fatores internos, como um reajuste na gasolina, e mudanças externas, o Banco Central afirma que a cotação irá ser afetada ainda mais, sinalizando que os juros ainda podem subir. Além da inflação em níveis alarmantes, o aumento pequeno da arrecadação no país e a redução dos investimentos também podem ser fatores influenciados pela alta dos juros.
A relação nas eleições
A decisão do Banco Central, vinda três dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, vem justamente em prol dos sinais de mudança na condução da política econômica nacional, inspirando os agentes econômicos descontentes com os rumos da economia brasileira a se moverem. O aumento dos juros vem como uma chance de restabelecer a confiança no compromisso com a redução da inflação, que deve ser uma medida de urgência no mandato da presidente.
A esperança é de que o aperto monetário, agora visível com o aumento do valor jurista, tenda a crescer e continuar nas próximas reuniões. O mercado financeiro segue em expectativa de reajuste, mas ainda se acredita numa mudança de mercado que possa trabalhar lado a lado com a redução inflacionária, desenvolvida ao longo do tempo. Votaram pela elevação da taxa Selic diversos membros do Comitê, que acreditam na prevalência de um cenário mais disposto em relação à inflação ainda em 2015.