Escolas monistas e pluralistas
Filósofos buscam entender o elemento único formador de todas as coisas
Por Mariana Sousa
Depois do surgimento da Filosofia na Grécia, torna-se importante verificar os conceitos defendidos pelos primeiros filósofos. A esse período, dá-se o nome de período cosmológico, que vai do final do século VII ao final do século V antes de Cristo. É o momento em que a Filosofia se ocupa da origem do mundo e das causas das transformações da Natureza.
É quando os gregos começam a se separar daquele pensamento de que os deuses estão cuidando de todas as coisas. Os filósofos desse período cosmológico estão buscando entender o homem e a natureza.
O próximo período, chamado de Socrático (por ter Sócrates como um dos mais marcantes filósofos) é denominado de período antropológico. Nesse espaço haverá discussão sobre ética, política e outros assuntos mais humanísticos. O período socrático vai do final do século V e se arrasta por todo o século IV antes de Cristo.
Em um terceiro momento, temos o período sistemático: serão aglutinadas as ideias pré-socráticas e socráticas. Elas serão sistematizadas. Com isso, os filósofos desse período queriam mostrar que tudo poderia ser estudado pela Filosofia, desde que HOUVESSE UMA ARGUMENTAÇÃO LÓGICA, A OBEDIÊNCIA AOS CRITÉRIOS DE VERDADE E DE CIÊNCIA. É o pensamento racional se organizando, a partir de métodos e sistemas.
Por fim, caminhamos para o período helenístico. Ele se dá com as invasões protagonizadas por Roma, quando ela inicia um processo de expansão territorial. A Grécia é invadida e há uma mistura cultural. Do final do século III antes de Cristo até o século VI depois de Cristo. A ética, o conhecimento humano e as relações entre o homem e a natureza são os objetos de pesquisa no período helenístico. Com o Cristianismo, a relação do homem com DEUS passa também a ser analisada.
Quem foram os filósofos desse intervalo?
Os filósofos desse período eram chamados de pré-socráticos e atuaram em diferentes escolas: jônica, etálica e eleata. Em todas elas, os pensadores estavam buscando compreender o primeiro elemento que forma todas as coisas. Entender como o universo funcionava. Foram escolas monistas, pois pretendiam isolar um elemento básico. Alguns dos que se destacaram:
Tales de Mileto: água está presente em todas as coisas. Metal e pedra reduzidos a estado líquido.
Anaximandro de Mileto: todos os elementos em um único comum, o indeterminado. Invisível, mas existe. Mistério. Precede Einstein. Tudo se transforma.
Anaxímenes: o ar é a nossa alma. Respirar é alimentar a alma.
Pitágoras: o primeiro elemento era o número. Tudo poderia ser explicado pela Matemática. Pitágoras reuniu a música (espiritual) com o físico.
Heráclito: o fogo é um transformador interminável.
Parmênides: defendeu a essência, aquele que é. “Não podemos pensar aquilo que não existe”.
A escola pluralista também existiu. Entenda quem foram os principais representantes:
Empédocles: a essência de todas as coisas estaria nos quatro elementos. E eles poderiam ser encontrados em todas as coisas.
Anaxágoras: sementes diversas controlavam tudo o que tivesse vida, espírito e mente onisciente.
Demócrito: minúscula partícula. A ideia de átomo, presente em todas as coisas que existem.
Depois das pesquisas dos pensadores pluralistas, também foi observada a proliferação de uma classe de “filósofos” que cobravam para ensinar seus conhecimentos.
Tais pessoas, consideradas inescrupulosas pelos filósofos tradicionais, ensinavam como construir um discurso e argumentação. Protágoras (481 a.C.-420 a.C.), Górgias (483 a.C.-376 a.C.), e Isócrates (436 a.C.-338 a.C.) estão entre mais conhecidos sofistas.
O período final da Filosofia Antiga e Grega é marcado pela forte influência de veremos Sócrates, Platão e Aristóteles.