1. A SEMANA DE ARTE MODERNA

a) FINANÇAS – A Semana de Arte Moderna só foi realizada graças à colaboração financeira encabeçada pelo jornalista René Thiollier: ele conseguiu 847 mil réis junto aos fazendeiros e exportadores de café, tendo Paulo Prado como primeiro da lista. Também apoiaram o movimento o presidente do Estado de São Paulo e o prefeito.

b) ALUGUEL DO TEATRO MUNICIPAL – O Teatro Municipal de São Paulo, fundado em 1913, foi alugado para o evento.

c) TRÊS DIAS DE TUMULTO – Dentro da Semana, os três dias de agitação foram 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Em cada dia, os jovens enfocaram um tema diferente.

DIA 13 DE FEVEREIRO (segunda-feira)

a) O evento foi inaugurado às 8 horas da noite, com uma exposição de artes plásticas no saguão do teatro. Graça Aranha fez uma conferência com o título de “A Emoção Estética na Arte Moderna”.

b) Nem a reputação de membro da Academia Brasileira de Letras, nem a idade (54 anos) evitaram as vaias do público pelos ataques do veterano ao academicismo.

c) No saguão do teatro, estavam expostas pinturas de Anita Malfatti, Di Cavalcânti, John Graz, Zina Aita, J. F. de Almeida Prado e Vicente do Rego Monteiro. Havia também esculturas de Brecheret e projetos de arquitetura de Antônio Moya e Georg Przirembel.

d) A conferência de Graça Aranha foi ilustrada por musicais regidos por Ernani Braga e por declamações de poemas feitas por Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.

e) Na segunda parte do evento, Ronald de Carvalho proferiu a conferência “A Pintura e a Escultura Moderna no Brasil”, ilustrada por músicas de Ernani Braga e de Villa-Lobos.

f) Oswald de Andrade leu um poema de sua autoria sob vaias intensas.

g) Mário de Andrade proferiu um discurso sobre estética, também sob vaias do público presente.