O Dia do Trabalho é celebrado na data de 1º de maio, em diversas partes do globo, embora nem todo lugar seja nesse mesmo dia. A seguir, conheça melhor as origens deste feriado, tão marcante para todas as funções profissionais.
Para contar essa história, temos de recuar até o século XIX, no ano de 1886, com o fato de diversos trabalhadores de Chicago, nos EUA, terem se manifestado em diversos pontos da cidade, reivindicando uma redução na jornada de trabalho, de 13 horas diárias, para 8 horas. Na mesma ocasião, houve uma greve geral no país, em uma série de protestos, que ficaram conhecidos como a grande Revolta de Haymarket. Em 3 e 4 de maio, as manifestações começaram a ser coibidas pela força policial, resultando em mortes e muitos feridos.
Em 1889, novas convulsões sociais, agora em Paris. Nessa ocasião, uma central sindical, chamada Segunda Internacional – responsável por organizar, em escala mundial, diversos partidos da social-democracia, além de socialistas, trabalhistas e liberais – convocou o mesmo dia para que ocorressem as manifestações, tornando esse dia a data máxima de trabalhadores, na luta por uma jornada de trabalho de somente 8 horas por dia. Apenas em 23 de abril de 1919, os senadores franceses regulamentaram a jornada de trabalho oficial, como sendo de 8 horas, designando o dia 1º de maio, como feriado do Dia do Trabalhador.
É importante ressaltar que, nos diversos dias 1º de maio, ao longo de todo o século XIX, as forças policiais agiram de modo a reprimir os operários, reforçando essa data como uma ocasião de lutas e cobrança de direitos, por parte dos trabalhadores, de modo geral. Entretanto, essa data não figurava, ainda, como feriado. Somente em 1919, na França – como apresentado – e no ano seguinte, na Rússia.
Essa data, na França e em outros países, ainda hoje é muito respeitada, e reservada para as manifestações pela manutenção e ampliação de conquistas dos trabalhadores, bem como plataformas sociais e demandas às forças políticas.
Resumo:
Quando surgiu o Dia do Trabalho no Brasil
Essa data, no Brasil, foi consolidada somente no ano de 1925, mediante um decreto presidencial de Artur Bernardes. Embora, como em outras partes do mundo, essa data tenha sido utilizada como momento de agitação popular incitado por anarcossindicalistas e, mais tarde, por comunistas, os Governos sucessivos também souberam atrair a importância do dia para si, conquistando a simpatia do trabalhador. A grande virada, nesse sentido, ocorreu com o governo de Getúlio Vargas, marcado por fortes tintas populistas. Com Vargas, a data servia para marcar a divulgação de direitos instituídos para os trabalhadores – como, por exemplo, o aumento do salário mínimo, uma vez ao ano, nesta data. Desse modo, o dia 1º de maio acabou perdendo, no país, sua faceta mais marcada por protestos, para se tornar um dia de comemorações e festividades. Essa foi a tentativa de Getúlio em desmobilizar o movimento comunista, criando a imagem – de forte apelo à população – de um Pai dos Pobres.
Em outro 1º de maio famoso, o mesmo presidente apresentou a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – a principal referência legal do trabalhador brasileiro, até os dias de hoje, que chegou a ser, inclusive, incorporada como direito fundamental, na promulgação da Constituição de 1988, no processo de abertura democrática brasileira.