Introdução ao Quinhentismo
Por Redação
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Quinhentismo foi uma escola literária que ocorreu no Brasil ao longo do século XVI, quando as culturas europeias começaram a ser introduzidas no país. Não tínhamos uma literatura com traços brasileiros, não se via as visões do homem brasileiro.
O Quinhentismo aconteceu no Brasil, tratava de temas que ocorriam no Brasil, mas trazia os valores do europeu mercantilista que deseja mais riquezas e poder. A forma como a terra se apresentava, as características dos índios também faziam parte dos textos que, na maioria das vezes, foram escritos por jesuítas, viajantes e representes de missões que por aqui passavam.
Resumo:
Literatura para informar
A Carta de Pero Vaz Caminha foi um texto do Quinhentismo. Passava várias informações sobre a colônia. Foi um tipo de literatura chamado de cronismo dos viajantes, resultado das Grandes Navegações que desejavam mostrar o que havia nas novas terras. Falar da fauna, flora e entender quais os costumes dos que aqui habitavam. Pessoas tão diferentes dos europeus e, justamente por isso, levava à curiosidade em relação aos textos literários.
A carta de Caminha exalta as terras brasileiras, descreve e não se preocupa com preciosismos literários. Os europeus se assombram com tamanha beleza do mundo com ares tropicais. No que diz respeito à linguagem do texto, há um certo louvor e forte presença dos adjetivos.
Leia alguns fragmentos da Carta de Pero Vaz de Caminha.
A pele deles é parda e um pouco avermelhada. Têm rostos e narizes bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem se preocupam em cobrir ou deixar de cobrir suas vergonhas mais do se que preocupariam em mostrar o rosto. E a esse respeito são bastante inocentes. Ambos traziam o lábio inferior furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, fino na ponta como um furador. (…)
Os cabelos deles são lisos. E os usavam cortados e raspados até acima das orelhas. E um deles trazia como uma cabeleira feita de penas amarelas que lhe cobria toda a cabeça até a nuca (…).
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, eles se tornaria, logo cristãos, visto que não aparentam ter nem conhecer crença alguma. Portanto, se os degredados que vão ficar aqui aprenderem bem a sua fala e só entenderem, não duvido que eles, de acordo com a santa intenção de Vossa Alteza, se tornem cristãos e passem a crer na nossa santa fé. Isso há de agradar a Nosso Senhor, porque certamente essa gente é boa e de bela simplicidade. E poderá ser facilmente impressa neles qualquer marca que lhes quiserem dar, já que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens. E creio que não foi sem razão o fato de Ele nos ter trazido até aqui.