Formação Econômica do Brasil, por Celso Furtado
Por Victor Palandi
O livro “Formação Econômica do Brasil”, de Celso Furtado, entra em detalhes sobre temas como comércio exterior, crescimento econômico, ciclos da economia, escravatura, imigração e migração interna e processo de industrialização.
Para entendê-lo com totalidade é preciso observar o contexto da época na qual foi escrito. A obra foi concebida em um momento positivo brasileiro: o final do governo de Juscelino Kubitschek, uma época de grande desenvolvimento do país, resumida no slogan do governo “cinquenta anos em cinco”.
O interessante da obra é que Furtado, para esclarecer o presente e entender os problemas que impediam o desenvolvimento do país, busca no passado, ou seja, nos cinco séculos de história do país, as raízes dos problemas brasileiros.
Em uma mistura de história com análise econômica o autor mostrou uma nova forma de interpretar os acontecimentos do passado e consagrou seu livro como um dos grandes títulos de história econômica do mundo.
Resumo:
Primeira parte
Os primeiros capítulos do livro tratam da época que corresponde ao início do país, que engloba o período entre os séculos 16 e 18.
Neles Furtado apresenta as relações econômicas e políticas que deram os rumos para a colonização portuguesa no Brasil e também o que ocorreu nas demais colônias da América.
Ele aborda detalhadamente o processo de exploração envolvido em todas as colônias e os compara entre si. Também explica o porquê de Portugal ter escolhido tais lugares como colônia de exploração e os resultados disso para a coroa.
Segunda parte
A segunda parte avança para o período que envolve os séculos 16 e 17. O tema principal dessa fase do livro aborda a economia escravista que tinha como objetivo manter a agricultura tropical.
Ele analisa os resultados desse sistema e o compara com uma economia industrial, entrando em detalhes nas equivalências e semelhanças entre ambos.
Nos capítulos presentes nesta segunda parte o autor mostra os impactos que isso causou no país, social e economicamente, abordando todas as fases pelas quais a agricultura brasileira passou, enfocando o ciclo do açúcar.
Terceira parte
Nesta fase do livro o século que é explorado é o 18. O foco principal dos capítulos que se seguem é a economia escravista mineira.
O tema abordado sai do âmbito da agricultura e entra no ciclo de mineração, que começou com a descoberta de ouro abundante na região que hoje é Minas Gerais.
Ele explora os interesses de Portugal nas pedras preciosas brasileiras e explica os impactos que isso gerou em todos âmbitos do país e também no Brasil colônia.
Quarta parte
Com foco no século 19, a quarta parte do livro aborda o processo de transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado, que ganha força com a chegada dos imigrantes no país.
Nessa fase o autor mostra os fatores responsáveis pela transição e os impactos que isso teria na economia e na vida social brasileira e portuguesa.
Quinta parte
Já no século 20, a quinta e última parte do livro é principalmente sobre outro período de transição brasileiro: da agricultura para o sistema industrial.
Também tratando do assunto com viés econômico, político, histórico e social.