Quem foi Ernest Hemingway?
Por Victor Palandi
Ernest Miller Hemingway (1899 — 1961) era parte da comunidade de escritores norte-americanos que viviam em Paris, em um movimento conhecido como a “geração perdida”. O autor casou quatro vezes, entre outros relacionamentos românticos. No ano de 1952 publicou “O Velho e o Mar“, obra que lhe dá imensa notoriedade, sendo laureado, inclusive, com o prêmio Pulitzer (1953) e com o Nobel de Literatura, no ano seguinte.
Sua vida – com seu temperamento passional – bem como sua obra têm muita relação com a Espanha, onde morou por um período de 4 anos, que o marcou para o resto da vida. Na cidade de Pamplona, se fascinou por touradas e, inclusive, chegou a praticar essa atividade por um tempo; esse relato está incluído na obra O Sol Também Se Levanta (publicado em 1926).
Ao cobrir, como jornalista a Guerra Civil Espanhola (no ano de 1936), pelo North American Newspaper Alliance, se alia às forças republicanas em combate contra o fascismo, e isso está presente em Por Quem os Sinos Dobram (1940), considerada, por alguns críticos, como sendo sua obra-prima.
Vai à Europa no período da Primeira Guerra Mundial (1918). Havia tentado, ele mesmo, o alistamento, mas foi recusado porque apresentava um problema de visão. Mesmo assim, superando essa limitação, se voluntariou para dirigir ambulância para a Cruz Vermelha. Assim, durante estada na Itália, se envolve com a enfermeira Agnes Von Kurowsky, musa inspiradora para a personagem Catherine Barkley, heroína de Adeus às Armas (1929).
Em 1921 se casa com Elizabeth Hadley Richardson, com quem foi pai pela primeira vez. Na época, faz parte da equipe de jornalismo do Toronto Star Weeky e, como ainda está em início de carreira, desenvolve relação próxima de companheirismo com outros principiantes, como: Scott Fitzgerald (1896 – 1940), Ezra Pound (1885 – 1972), Gertrude Stein (1874 – 1940).
Seu casamento de número dois, em 1927, com Pauline Pfeiffer, lhe rendeu outros dois filhos. Um ano depois, se mudam para a Flórida, mas Hemingway sente falta do frisson da vida de correspondente internacional para jornais. Seu temperamento começa a ficar instável e as crises no relacionamento não demoram a surgir. Junto a seu parceiro de bebedeira Joe Russell, fica longos tempos fora de casa. Faziam tantas coisas absurdas que, certa vez, ao fazer uma pescaria, acaba ficando em alto-mar por mais tempo que deveria, e chega a Havana, em Cuba – local que o autor também adora, tanto que se muda para lá, tempos depois.
Torna-se amante, em Cuba, de Jane Mason, mulher casada com um alto funcionário na Pan American Airways. Em 1937, se relaciona com outra pessoa, Martha Gellhorn, jornalista, o que o leva a se divorciar. Volta à Espanha e acaba por se casar com Martha, sua, então, terceira esposa. Quando há a iminência da Segunda Guerra, Hemingway retorna a Cuba.
No ano de 1946, casa-se pela última vez, com Mary Welsh, jornalista, que é fascinada por toda a aura desse escritor, que tem um humor cada vez menos equilibrado.
Um detalhe importante é como a questão do suicídio esteve acompanhando a vida de Hemingway, começando pelo fato de seu pai ter se matado com um tiro de pistola, no ano de 1929, por questões de crise financeira – era época da Grande Depressão norte-americana – e de saúde debilitada. Esse tema, não por acaso, sempre esteve presente em seus livros mais marcantes, que são recheados de personagens que têm dificuldades em lidar com a finitude.
Sua mãe, uma mulher bastante dominadora e marcante na vida desse autor, certo dia, envia a ele, pelo correio, a pistola que tirara a vida de seu pai. Hemingway não compreende o sentido daquele pacote, e fica em um estado tal que acaba por matar-se, em 1961, aos 61 anos, com um tiro de fuzil de caça. Está enterrado no Condado de Blaine, no Ketchum Cemetery, em Idaho nos EUA.