Socialismo x Comunismo
Quando o Comunismo começou a florescer, tanto o socialismo, quanto o comunismo começaram a ser termos utilizados como sinônimos; mas não são. Veja as diferenças!
Por Victor Palandi
Quando o Comunismo começou a florescer, após a Revolução Russa – ocorrida em 1917 – tanto o socialismo, quanto o comunismo começaram a ser termos utilizados como sinônimos, ao longo de todo o século XX, chegando até os dias atuais. Entretanto, embora tenhamos de reconhecer que ambas as vertentes convirjam para um objetivo em comum, há uma série de distinções entre ambas. Apenas a título de resumo, temos que o socialismo seria uma fase intermediária, no processo de transição entre o sistema capitalista e o comunismo efetivo. A seguir, entenderemos melhor tais características de cada uma das ideologias políticas.
O Socialismo se caracteriza por um conjunto de ideologias que visa passar ao Estado, o controle absoluto de todos os meios produtivos da sociedade. Isso ocorre, porque se parte do pressuposto de que os males sociais advém das desigualdades entre as pessoas, portanto, a propriedade privada é vista como um mal, que precisa ser combatido e extinto.
Desse modo, o Estado, que investe no indivíduo desde o nascimento – afinal todos os serviços são públicos – se estabelece como “proprietário” daquele ser, que, por isso, deve trabalhar – conforme seja possível – para o Estado, em retribuição a tudo o que recebeu e recebe ao longo da vida, seguindo leis estipuladas pelo Governo.
O Estado, no contexto do Socialismo, primeiramente surge, como uma ditadura do operariado, para auxiliar na divulgação da nova forma de Governo, fazendo com que a população compreenda os novos caminhos e não fique a favor de um retorno ao capitalismo.
Assim, tal Governo precisa ser forte, pois, além do já mencionado – em termos de benfeitorias e investimento no cidadão –, ainda fiscaliza e coordena todo o processo de socialização de meios produtivos, além de agir em defesa de direitos presumidos de proletários, sempre em oposição a qualquer sinal de retorno ao capitalismo.
Para o Comunismo existir, já não existem mais quaisquer indícios de classes sociais ou propriedades privadas. Além disso, não há qualquer Estado – isso já marca uma grande diferença entre Socialismo e Comunismo. Por isso, pode-se interpretar o viés comunista como um momento posterior ao socialismo – que seria, teoricamente, o veículo através do qual, o capitalismo seria expurgado de um território.
A inexistência de um Estado comunista, implica em que todas as decisões importantes para o país sejam tomadas coletivamente, mediante deliberação, em uma democracia operária.
Embora, o senso comum creia que vários países foram – e ainda são – comunistas, o fato é que o Comunismo jamais foi implantado em qualquer local, haja vista que nenhum dos países Socialistas jamais abriu mão do Estado centralizador.
Em relação à prática de forças políticas, já na segunda metade do século XX, o termo Comunismo passou a ser utilizado como referência a movimentos políticos de cunho revolucionário – além de origem marxista – e todos os Estados que decorreram de tais processos de formação – Cuba, China etc. Por outro lado, a palavra Socialismo passou a carregar consigo a ideia de grupos políticos de reforma do Estado, que pretendem realizar mudanças sociais, por meio do voto, em uma espécie de democracia liberal. Nesse sentido, houve socialismo na França, na Inglaterra – pelo partido dos trabalhadores local –, Alemanha – com organismos social-democratas, os países que compõem a Escandinávia, entre outros.