Na Inglaterra, após Richard Cromwell ter sido retirado do poder, ocorreu uma nova forma de organização de poder político, que só foi possível graças ao apoio de grupos monarquistas e outros descontentes com a forma de governo de Cromwell. Assim, um novo parlamento surge e aprova a ascensão de Carlos II ao trono inglês. Esse momento histórico da chamada Revolução Inglesa passou para a história como a Restauração Monárquica.
Recebeu esse nome por se tratar de uma espécie de retorno ao antigo regime, fortemente apoiado pela aristocracia e também pela alta burguesia inglesa, que se preocupava em conter as convulsões sociais que visavam promover a radicalização da Revolução. O reinado de Carlos II, primeiramente, resultou em uma franca expansão das atividades de comércio e indústria locais. Entretanto, as velhas divergências e disputas entre o rei e o Parlamento ficavam evidentes, provocando distúrbios na política inglesa. Isso ocorria pelo fato de o Parlamento ter instituído limites ao poder real.
Devido às relações de proximidade entre Carlos II e Luis XIV – um símbolo do absolutismo monárquico – era gerada muita desconfiança, tanto no próprio rei, que se incomodava com a atuação do Parlamento, quanto vice-versa. Mais tarde o rei tratou de aumentar a burguesia inglesa.
No ano de 1673, o Parlamento britânico decretou uma lei que impedia um católico de ser funcionário público – foi a chamada Lei do Teste. Com a morte de Carlos II – em 1685 – Jaime II, seu irmão, sobe ao trono. Católico fervoroso, luta para ampliar seus próprios poderes, além de buscar trazer benefícios aos católicos do país, com ações como: isenção de impostos a esse grupo, nomeação de outros católicos para cargos de confiança no Governo, entre outros. Tudo isso deu feições autoritárias ao reinado de Jaime II, que foi muito criticado pelo Parlamento.
Assim, a filha do rei, Maria Stuart, é chamada às pressas, ao Parlamento, para fazer com que ajudasse a derrubá-lo, colocando seu marido – Guilherme de Orange, Governador das Províncias Unidas – atual território holandês. O golpe entra em curso e o rei se exila na França. Esse movimento, que não foi violento, recebeu o nome de Revolução Gloriosa.
O Parlamento, então, elaborou a Declaração de Direitos – Bill of Rights –, que tinha contornos liberais, inclusive com a instituição do direito de um tribunal julgar qualquer acusação sofrida por um cidadão britânico, e o Toleration Act – Ato de Tolerância, que defendia a liberdade religiosa cristã, menos no caso de católicos – e exigiu que o novo rei aceitasse ambos os documentos, que tinham teor liberal e capitalista, o que também era o caso do perfil ideológico do novo rei.
Segundo a Bill of Rights o Parlamento seria renovado via eleições regulares, e o Rei não teria poder de veto para leis aprovadas no legislativo. Após vacância do trono, o Parlamento ficaria encarregado de nomear o próximo. Gastos reais seriam fiscalizados e controlados pelos membros do Parlamento, que também tem poder para aprovar o orçamento nacional. Outro destaque do código é o fato de qualquer exército só poder existir em tempos de guerra. Com a fundação do Banco da Inglaterra, no ano de 1694, estava criada a instituição financiadora do comércio e da indústria britânicos, o que contribuiu para a alavancada rumo à futura Revolução Industrial.