O fim da Monarquia brasileira e a consequente ascensão republicana englobam diversas transformações, cujo ápice se relaciona à chegada de militares ao poder político, pela primeira vez, no país.
Diversas revoltas de caráter popular já vinham manifestando, há algum tempo, o desejo pelo governo republicano, como por exemplo, a última delas, a Revolução Farroupilha – 1835-1845. Todo o crescimento econômico, como as exportações de café e o aumento da industrialização também começaram a estimular uma mudança no quadro político nacional. Tanto as classes médias burguesas da cidade, quanto os latifundiários do oeste paulista desejavam ter seu poder e sua voz ampliados, em nível local e nacional.
Ao mesmo tempo, os militares, em um momento de muito prestígio, devido a vitória na Guerra do Paraguai começam a abraçar os ideais positivistas, o que inclui um governo central e republicano. Os abolicionistas começaram a se posicionar contra a monarquia, também, muitos entusiastas dessa causa atrelavam o atraso, representado pela permanência da escravidão no país, às decisões de Pedro II. Para combatê-lo, só derrubando o Imperador.
A perda de base política levou o governo à promulgar duas leis: na primeira, Eusébio de Queiroz – 1850 – era proibido o tráfico de escravos; na segunda, Lei de Terras, do mesmo ano, mantinha a economia atrelada aos grandes latifundiários. Contudo, esses esforços surtiram efeito paliativo, uma vez que os entusiastas da República se organizaram em um partido político e ainda publicaram um documento, o Manifesto Republicano.
Como se não fosse o bastante, militares começaram a se revoltar contra o poder concentrado nas mãos do Imperador, além da Igreja também, que não aceitava que sua proibição aos maçons dentro de seus quadros eclesiásticos fosse revogada pelo Imperador.
Mesmo com a abolição da escravatura, no ano de 1888, a Monarquia via seu poder minguar, dia a dia. Inclusive, os clubes republicanos floresciam em todas as partes do Brasil. Marechal Deodoro da Fonseca, incomodado com as mudanças promovidas na Guarda Nacional, invade o Ministério da Guerra, com suas tropas e, mesmo que sua intenção fosse apenas destituir o Ministro da Guerra, apenas a ameaça provocada pela proximidade dos militares, fez com que o gabinete do Imperador foi dissolvido e a República, proclamada.
Houve então um golpe militar, promovido no dia 15 de novembro do ano de 1889, aclamado por setores da sociedade civil. Logo em seguida, houve uma proclamação também civil, para simbolizar a união da sociedade em torno dessa mudança de configuração política e governamental. Essa proclamação, por parte do Partido Republicano, se deu na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Mesmo que aparentasse ter sido terminada por causa do golpe, o fato é que a Monarquia caiu, no Brasil, porque já não conseguia contar com base, nem apoio de grande parte das pessoas, porque não se sentiam representadas, por uma estrutura de Governo que não ouvisse suas demandas e solicitações. Exatamente por esse fato, a República pode ser proclamada diante dos olhos da população, que não fez muito esforço para defender o Imperador, assistindo a tudo de modo bastante passivo.