As grandes propriedades rurais dos senhores feudais eram formadas por igrejas, castelos e aldeias onde moravam os camponeses. Havia bosques, terra para pastagem e outras áreas de cultivo. Nessas últimas, a divisão era dual. Na primeira parte, chamada de manso senhorial, funcionavam as produções agrícolas das terras dos senhores feudais. Já na segunda metade, havia o manso servil que servia de alimento para os camponeses e servos daquela região.
Os servos utilizavam as áreas que lhe eram “emprestadas” para os fins de agricultura. O trabalho no campo era executado pelo camponês e pelo vilão, também conhecido como trabalhador livre. Nesse período, a Igreja condenava a escravidão propriamente dita. Os senhores feudais impunham algumas obrigações aos servos: pagamentos de impostos era uma dessas obrigações. A corveia, por exemplo, era um tipo de imposto para quem trabalhava sem remuneração por apenas alguns dias ao longo da semana. Pelo imposto, os servos acabavam recebendo proteção. Já a banalidade era uma taxa para que o servo pudesse utilizar o moinho, fornos, celeiros e outros espaços da propriedade feudal.
Resumo:
Ausência de liberdade
Essas relações de servidão que predominaram nesse período tinham como principal característica a ausência de liberdade. Mesmo a Igreja declarando que não era favorável à escravidão, um servo não podia deixar os mansos servis sem que fosse autorizado pelos senhores feudais. Além disso, a cobrança de impostos a tais trabalhadores também era abusiva.
Ao longo do século XIV toda essa vida precária na condição de vida de tais pessoas e a constante cobrança de impostos acabou desencadeando dois surtos de problemas sociais graves: a Peste Negra e a famigerada Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França. Tais eventos levantaram inúmeras revoltas que clamavam, principalmente, pelo fim das relações de servidão.