Durante o período da escravidão, foi comum não apenas no Brasil, mas em todo o continente americano, a existência de locais onde escravos de origem africana, principalmente, se agrupavam após a fuga das fazendas e engenhos. Além destes, também eram encontrados mestiços, minorias indígenas e brancos pobres que, de alguma forma, acabavam rompendo com os padrões sociais.
A origem da formação dos quilombos encontra-se no tipo de vida a que os escravos eram submetidos: exploração da força de trabalho, tratamento desumano, constantes castigos e humilhações. Vistos tão somente como objetos nas mãos de seus senhores, a vontade de alcançar a liberdade era o estímulo fundamental para a fuga.
Longe do ambiente de opressão, os escravos experimentavam então um modelo de vida livre e independente. Símbolo da resistência à tirania, o quilombo era organizado de maneira que seus habitantes cultivavam seus próprios alimentos por meio da plantação, além da realização de atividades como caça, pesca e exploração da natureza. Vale ressaltar ainda que a troca de produtos entre os diferentes núcleos era comum, o que acabava permitindo uma maior integração e força entre os diversos agrupamentos.
Os quilombos não possuíam um modelo físico definido. Os mais comuns foram aqueles de menor extensão territorial. A explicação para essas variações está no fato de que as comunidades surgiam e se espalhavam de forma desregrada, sem planejamento ou previsão de seus moradores. Importante lembrar que famílias quilombolas formaram-se nesses locais, o que demonstra o grau de independência alcançado pelos quilombos.
Resumo:
Quilombo de Palmares
Embora contraditório, muitos quilombos possuíam escravos em sua estrutura interna. O maior deles, o já citado Quilombo dos Palmares, contava com uma infinidade de escravos. Tal fato acabou provocando uma certa desmistificação da figura de Zumbi, que possuía diversos privilégios semelhantes ao padrão de vida dos senhores proprietários das grandes fazendas.
Atualmente, retomando o que foi dito inicialmente, ainda há comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil. Esses agrupamentos refletem traços centrais da nossa cultura e ajudam a ilustrar passagens de suma importância da história brasileira. O Estado tem buscado um maior reconhecimento de tais comunidades, principalmente na última década, em que as reivindicações passaram a ser ouvidas um pouco mais.
Portanto, os quilombos representam locais em torno dos quais diversos personagens da História viveram, se refugiaram, resistiram e tentaram conviver de maneira mais digna.