História do casamento
Como a História e as culturas influenciaram no surgimento desse evento social
Por Mariana Sousa
Do ponto de vista oficial, o casamento foi criado na Idade Média, quando a Igreja o instituiu como mais um dos seus sacramentos.
Algumas regras foram definidas nesse período. O objetivo da Igreja, ao criar o casamento, era o de ampliar o número de famílias.
Nesse período a intimidade das famílias era mais exposta à sociedade. Algumas modificações sociais foram surgindo e a família foi ganhando traços mais próximos do que apresenta hoje. No século XVI os filhos começaram a ganhar mais importância dentro do núcleo familiar.
No período entre a Renascença e a Idade Moderna algumas modificações foram observadas no núcleo familiar planejado pela Igreja. Os ditames religiosos organizados para o casamento deram lugar às opiniões pessoais dos casais. Alguns autores apontam que nesse período o amor era priorizado. Já o sexo era muito mais envolto em tabus.
Resumo:
Revoluções influenciam e geram mudanças
Com as mudanças nas relações de trabalho instituídas pela Revolução Industrial, o casamento também sofreu diversas influências. Nesse intervalo, a mulher havia adentrado no mercado de trabalho e convivia com os cenários de competitividade. Para o estudioso Gomes, essa alteração gerou o surgimento de maiores laços emocionais na família. O casamento passou a incluir algumas escolhas, também passou a envolver o amor e o casal começou a entender que algumas obrigações estabelecidas pela Igreja não deveriam ser prioridade na família.
Os casamentos contratuais deram lugar às relações que envolviam sentimentos.
Se já na Renascença a questão da sexualidade começou a sofrer mudanças, suas influências foram ainda maiores no século XX. Com os estudos da Psicanálise, as questões da sexualidade passaram a ser interpretadas e vivenciadas sob novos formatos.
É importante salientar que, também nesse período, a mulher já havia assumido um novo papel dentro dos núcleos familiares, o que alterou as relações do casamento. “O relacionamento conjugal transformou-se numa escolha, podendo ser discutido, modificado e livre de outras influências. A visão religiosa de obrigatoriedade eterna foi trocada por companheirismo e vontade de estar junto” (Costa, 2007).
O casamento contemporâneo está influenciado por diversas questões: do ponto de vista institucional, sob o aspecto da construção de famílias nômicas, na tensão pela individualidade e pelo clamor da conjugalidade. Os próprios fatores da sexualidade e do agir de forma aliançada estão em jogo, pois são muitas as influências. Até mesmo o elemento separação já se coloca de forma muito forte quando se discute o casamento atual, muito diferentemente do que ocorria na Idade Média.
As interações familiares, especialmente para a criação equilibrada dos filhos também são um elemento divisor de águas no atual casamento. Ao que parece, o que importa é estar em um casamento saudável e não manter uma relação apenas por um ditame da sociedade.
Todas essas mudanças vivenciadas dentro do núcleo do casamento afetam a unidade familiar. Por essas novas formas de entender a união matrimonial e as próprias vivências decorrentes dela, a mulher também passa a assumir papeis diferenciados dentro do enlace matrimonial.
As futuras gerações também estão se acostumando a esse novo cenário, que devem trazer ainda mais mudanças para o casamento.