Um dos momentos mais retratados no cinema americano é a Guerra Civil Estadunidense, também conhecida como Guerra de Secessão (1861 a 1865). Esse conflito se deu entre os estados do norte do então território dos Estados Unidos, mais industrializado e livre da escravidão e os estados do sul, latifundiário e escravocrata.
A questão escravocrata é considerada por muitos historiadores como a principal causa do conflito, visto que os estados sulistas dependiam dessa mão de obra, já que não tinham indústrias e viviam basicamente da produção de suas plantations. Os estados do norte não possuíam mão de obra escrava muito por conta de sua economia, que era mais voltada ao desenvolvimento industrial.
Durante o século XIX, com a imigração e a forte industrialização, o poder econômico do Norte acabou por se traduzir no campo político, fazendo com que as tensões entre os dois lados (norte e sul) se intensificassem ainda mais.
Com a eleição de Abraham Lincoln como presidente dos Estados Unidos em 1860, as coisas só pioraram, já que ele era declaradamente contrário à escravidão. O próprio Lincoln, ao assumir o cargo, referiu-se ao país como sendo uma “casa dividida”.
No inicio da guerra, o pais era dividido entre 19 estados onde não havia escravidão e 15 estados onde ela era permitida. Em 4 de março de 1861, antes de Lincoln assumir a presidência, 11 estados escravocratas declararam secessão da União. Isso significou o inicio da Guerra Civil Americana, um conflito que seria decisivo na formação do caráter da nação americana que viria a se tornar a maior potência do mundo anos mais tarde.
Com a secessão, os estados rebeldes formaram um novo país: os Estados Confederados da América (daí o termo ‘confederados’). A guerra tem inicio oficialmente no dia 12 de abril de 1861, quando os confederados atacam o Fort Sumter, na Carolina do Sul e se encerra em 28 de junho de 1865 com a rendição das tropas remanescentes do exército confederado.
Os confederados conseguiram resistir durante um bom período contra o poderio maior da União, porém essa resistência não foi suficiente, visto que os estados do Norte, além de mais ricos, eram também mais organizados e bem estruturados. No final, o exercito da União acabou prevalecendo e a escravidão foi abolida do país inteiro.
Oficialmente, um total de 558.052 soldados morreram durante o conflito, contando ambos os lados. Se levarmos em consideração o número de soldados desaparecidos, a soma sobe para 620 mil. Os feridos de guerra somam 275 mil do lado da União e 137 mil do lado da Confederação. É a guerra em mais americanos morreram na história do país, contando desde a Revolução Americana de 1776 até os tempos atuais. Não a toa é o conflito mais retratado pelo cinema e pela TV americanos. Há diversas citações em poemas, músicas, livros, filmes, programas e pinturas. É sem sombra de dúvidas um dos momentos mais sangrentos da história dos Estados Unidos da América, mas é também um marco na construção do caráter de uma nação inteira.