Quando as pessoas procuram informações sobre as vacinas nos dias atuais, acreditam que elas são fundamentais para o bem estar da saúde da população, e que por este motivo, elas são parte do que se entende por obrigação do governo federal.
No entanto, o que pouca gente sabe é que houve um tempo em que a vacinação era algo realmente polêmico, fazendo com que grande parte da população olhasse para ela com maus olhos. E um bom exemplo disso é o momento conhecido como a “Revolta da Vacina”.
Resumo:
Vacina contra varíola
Entre 10 e 16 de novembro de 1904, no Rio de Janeiro, que naquela época era a capital do Brasil, ocorreu uma revolta popular contra a campanha de vacinação obrigatória empreendida pelo governo federal.
Essa campanha de vacinação era contra a varíola, e não foi vista como algo positivo pela maior parte da população, especialmente pelo fato de que a atuação dos agentes sanitários foi realmente invasiva e violenta.
Em alguns casos mais extremos, moradores tiveram suas casas invadidas pelos agentes sanitários, que aplicavam as vacinas contra varíola nas pessoas à força, causando grande insatisfação na população da cidade inteira.
Com isso, cresceu a revolta contra essa atitude autoritária e arbitraria do governo federal, que foi atacada com o surgimento de movimentos e manifestações pelos bairros do Rio de Janeiro.
E em bem pouco tempo, a cidade inteira estava vendo os conflitos da chamada “Revolta da Vacina”, que entraria para a história como sendo um dos primeiros e um dos mais emblemáticos movimentos de rebeldia do povo brasileiro contra a autoridade do governo em uma grande cidade.
Consequências da revolta da vacina
Tudo começou por causa da lei proposta pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que pretendia erradicar a varíola do país, e instituir uma campanha de vacinação obrigatória.
Com isso, foi criada a Lei da Vacina Obrigatória, que é de 31 de outubro de 1904, e que permitia que os agentes sanitários entrassem à força nas casas das pessoas para fazer a aplicação das vacinas nas pessoas.
Esse foi o estopim para o movimento conhecido como “Revolta da Vacina”, que acabou por enfrentar a polícia em diversos pontos importantes da cidade do Rio de Janeiro.
Após os conflitos, o governo federal acabou por suspender a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, e com isso, a revolta cessou, deixando como saldo o número de 30 mortos e 110 feridos.
Após isso, alguns dias depois, a campanha de vacinação foi reiniciada sem ser obrigatória, e em bem pouco tempo a varíola foi erradicada da cidade.