O francês Émile Durkheim é considerado, além de um dos pais da Sociologia, o criador da escola francesa dessa área do conhecimento , que preconizava pesquisa por métodos de observação – ou empirismo – e a teoria sociológica em si.
Para compreender a obra monumental desse pensador, é importante que apontemos, de maneira clara, os conceitos fundamentais que acompanharam todo o seu trabalho.
Resumo:
Pensamentos de Émile Durkheim
Oposição à visão sociológica apresentada pela filosofia
Esta ideia que se baseia no método indutivo para compreensão da sociedade, ou seja, vai do indivíduo, para o coletivo. Para essa área do pensamento, o pensamento e natureza expressos por um indivíduo permitem a análise clara da sociedade. Além disso, filósofos creem que se há uma natureza individual por trás de toda a organização social, a busca essencial dos seres humanos seria pela expressão da “natureza humana”. Um dos pensadores econômicos mais seminais, Adam Smith, afirma que a natureza do homem é egoísta, mas propensa à troca, portanto o seu conceito de “livre comércio” vai ao encontro dos anseios da natureza do homem. Hegel, por sua vez, crê que a história do homem vai sempre no sentido de sublinhar a liberdade individual. Já Marx propõe que a história de toda a sociedade pode ser resumida pela dominação e exploração de uma classe por outra, em uma constante tensão e luta entre as mesmas. Assim, com o passar do tempo, e às custas de revoluções, haveria a afirmação da igualdade entre os indivíduos – que é um dos pilares da filosofia socialista.
Durkheim não tolerava esse tipo de visão, porque, segundo seu raciocínio, o conhecimento sobre a sociedade e seus fenômenos só pode ser obtido através da observação dos acontecimentos. Todo o resto são intuições, ou crenças, com pouca validade para a construção do conhecimento científico, foco da sociologia ;
Os processos da sociedade vem de fora dos indivíduos, não de seu interior
Em outras palavras: o coletivo não realiza a natureza humana, mas sim, essa natureza seria, de fato, resultado da própria sociedade, como um grupo. Esses fenômenos sociais, para Durkheim, jamais devem ser analisados sob o prisma da psicologia, mas sim, pela observação, e também pelas interações dos diversos elementos sociais. Assim, para Durkheim, a vida seria uma espécie de reunião, mais ampla que a soma de todas as partes, ou seja, a sociedade sintetiza todas as individualidades, resultando em fenômenos novos e diferentes do que se passa em cada consciência individual – daí viria a diferenciação entre as áreas de psicologia e sociologia;
Todo o grupo – bem como sua consciência – exerce pressão sobre cada um dos indivíduos
Com essa afirmação, Durkheim inverte o sentido apresentado pela filosofia, no qual se postula que a sociedade é uma realização das consciências de cada indivíduo. Para Durkheim, essa consciência de cada pessoa é estabelecida via coerção, ou seja, a constituição do ser social é realizada, em grande parte, pela educação, que é o veículo de assimilação das normas, da moral, da religião, da ética, do comportamento, entre outros princípios sociais, que serão responsáveis por nortear a conduta do indivíduo dentro do conjunto social. Assim, o homem não interfere na sociedade, mas sim, é seu produto.