Os franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma política expansionista, percebida pelos interesses na Guyenne e em Flandres. Já os ingleses insistiam em seus legítimos direitos políticos e territoriais na França.
Em 1337 Felipe VI, de Valois, rei da França, atacou a Guyenne iniciando o conflito que duraria décadas e diversas gerações. Além disso exerceu intenso assédio ao litoral inglês durante meses, até ser derrotado em 1340.
Durante o reinado desses dois reis, as Batalhas de Crécy e de Calais, em 1346 e 1347 respectivamente, foram as mais importantes, ambas com vitórias inglesas, que garantiram a Eduardo III importantes posições no norte do país, mantendo o Canal da Mancha sob seu controle. Para tanto o rei da Inglaterra contou com o apoio financeiro de grandes mercadores de Flandres e do duque da Bretanha, que voltou-se contra o monarca francês. O avanço e a conquista inglesa só não forma maiores porque os dois países, como a maior parte da Europa, estavam sendo duramente atingidos pela peste negra, que foi responsável por interromper a guerra.
O período seguinte da guerra foi comandado por Eduardo IV da Inglaterra, conhecido como "o príncipe negro" (por conta da cor de sua armadura), e por João II, conhecido como "o bom", que sucedera ao pai no comando do reino francês. Esse período foi caracterizado por sucessivas vitórias inglesas, contando com o apoio de muitos nobres locais, mais preocupados em preservar seus domínios do que com a lealdade devida ao rei da França, possibilitando o domínio de cerca de um terço do território francês nas regiões norte e oeste, Em 1356, quando da batalha de Poitiers, o rei João II foi capturado e levado como prisioneiro para a Inglaterra, onde morreria oito anos depois, momento que representou o ápice das conquistas inglesas e, pelo contrário, o momento mais delicado para a França na guerra, forçando-a a assinar o
Tratado de Brétigny (1360) que reconhecia o domínio inglês sobre as regiões conquistadas e devolvia os territórios tomados no início do conflito.
Após a morte de João II, o bom, o reino francês foi comandado por seu filho, Carlos V que enfrentou sucessivas revoltas camponesas, as mais famosas conhecidas como "Jacqueries", e também urbanas. O rei não reconheceu os acordos anteriores e de 1360 a 1380 obteve vitórias significativas sobre os ingleses retomando grande parte do território perdido.
As vitórias desse rei, fruto da reorganização militar, fortaleceram a idéia de centralização política, possibilitou submeter a maior parte da nobreza, aumentar a arrecadação tributária e organizar o Estado com elementos oriundos da burguesia em cargos de confiança.