A crescente destruição da Floresta
Por Redação
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Até 1980, apenas 2,47% da floresta havia sofrido alteração. Esse índice subiu para 6,5% em 1987 e para 12% em 1988, conforme relatório do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais) divulgado em maio de 1989. Convém salientar que há uma grande polêmica em torno desses índices, uma vez que são contestados por outras instituições de pesquisa. Para calcular essa área, o INEP utilizou imagens dos satélites NOAA-9 e Landsat – 5, que captam as radiações emitidas por queimadas. Área inclui os cerrados existentes na região.
Um parâmetro fornecido pelo pesquisador Philip M. Fearnside mostra que a devastação cresce em ritmo assustador: é quase um campo de futebol a cada cinco segundos. Essa maior intensidade de remoção da cobertura vegetal está intimamente relacionada á implantação de projetos de colonização e de programas agropecuários, criados pela SUDAM (Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia) e aprovados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A maioria desse projetos propicia a concentração de grandes extensões de terra nas mãos de poucos, gerando graves conflitos, como os que se verificam na região do Bico de Papagaio (sul do Pará e norte de Tocantins), onde posseiros e proprietários lutam pelas mesmas terras, sendo freqüentes mortes em ambos os lados.
Com a descoberta das riquezas minerais, iniciou-se na Amazônia mais um tipo de exploração que agride violentamente o ecossistema local. A mineração é feita a céu aberto, removendo – se grandes áreas florestais. Os danos maiores são causados pelos garimpos de ouro, como o do rio Madeira, que poluem as águas com o mercúrio usado para precipitar as minúsculas pepitas dispersas na água. Além disso, grande quantidade de terra é derrubada dos barrancos, mudando a cor e assoreando os cursos d’água. Acredita –se que mais de 250 toneladas de mercúrio foram despejadas apenas no garimpo de Tapajós e outras 78 toneladas no rio Madeira. Esse mercúrio tem contaminado os peixes que servem de alimento para maioria da população, causando inúmeros problemas de saúde, como deficiências renais e neurológicas.